CLASSIFICAÇÕES EM CONCURSOS LITERÁRIOS

PREMIAÇÕES LITERÁRIAS

2007 - 1ª colocada no Concurso de poesia "Osmair Zanardi", promovido pela Academia Araçatubense de Letras, com a poesia O FILME;

2010 - Menção Honrosa no Concurso Nacional de Contos Cidade de Araçatuba, com o conto A CARTA;

2012 - 2ª classificada no Concurso Internacional de Contos Cidade de Araçatuba, com o conto O BEIJO DA SERPENTE;

2012 - 7ª colocado no concurso de blogs promovido pela Cia dos Blogueiros - Araçatuba-SP;

2014 - tEXTO selecionado pela UBE para ser publicado no Jornal O Escritor- edição 136 - 08/2014- A FLOR DE BRONZE //; 2014 – Menção honrosa Concurso Internacional de Contos Cidade de Araçatuba, com o conto LEITE QUENTE COM AÇÚCAR;

2015 – Menção honrosa no V Concurso Nacional de Contos cidade de Lins, com o conto MARCAS INDELÉVEIS;

2015 - PRIMEIRA CLASSIFICADA no 26º Concurso Nacional de Contos Paulo Leminski, Toledo-PR, com o conto SOB A TERRA SECA DOS TEUS OLHOS;

2015 - Recebeu voto de aplausos pela Câmara Municipal de Araçatuba;

2016 – 2ª classificada no Concurso Nacional de contos Cidade de Araçatuba com o conto A ANTAGONISTA DO SUJEITO INDETERMINADO;

2016 - classificada no X CLIPP - concurso literário de Presidente Prudente Ruth Campos, categoria poesia, com o poema AS TUAS MÃOS.

2016 - 3ª classificada na AFEMIL- Concurso Nacional de crônicas da Academia Feminina Mineira de Letras, com a crônica PLANETA MULHER;

2012 - Recebeu o troféu Odete Costa na categoria Literatura

2017 - Recebeu o troféu Odete Costa na categoria Literatura

2017 - 13ª classificada no TOP 35, na 4ª semana de abril de microconto Escambau;

2017 - Classificada no 7º Concurso de microconto de humor de Piracicaba.

2017 - 24ª classificada no TOP 35, na 2ª semana de outubro de microconto Escambau;

2017 - 15ª classificada no TOP 35, na 3ª semana de outubro de microconto Escambau;

2017 - 1ª classificada no concurso de Poesia "Osmair Zanardi", promovido pela Academia Araçatubense de Letras, com a poesia PERMITA-SE;

2017 - 11ª classificada no TOP 35, na 4ª semana de outubro de microconto Escambau;

2018 - 24ª classificada no TOP 35, na 3ª semana de janeiro de microconto Escambau;

2018 - Menção honrosa na 4ª edição da Revista Inversos, maio/ com o tema Crianças da África - Poesia classificada BORBOLETAS AFRICANAS ;

2018 - 31ª classificada no TOP 35, na 4ª semana de janeiro de microconto Escambau;

2018 - 32ª classificada no TOP 35, na 4ª semana de janeiro de microconto Escambau;

2018 - 5ª classificada no TOP 7, na 1ª semana de junho de microconto Escambau;

2018 - 32ª classificada no TOP 35, na 3ª semana - VII de junho de microconto Escambau;

2019 - Classificada para antologia de suspense -segundo semestre - da Editora Jogo de Palavras, com o texto OLHO PARA O GATO ;

2019 - Menção honrosa no 32º Concurso de Contos Cidade de Araçatuba-SP, com o conto REFLEXOS DO SILÊNCIO;

2020 - 29ª classificada no TOP 35, na 4ª semana - VIII de Prêmio Microconto Escambau;

2020 - Menção honrosa no 1º Concurso Internacional de Literatura Infantil da Revista Inversos, com o poema sobre bullying: SUPERE-SE;

2020 - Classificada no Concurso de Poesias Revista Tremembé, com o poema: QUANDO A SENHORA VELHICE VIER ME VISITAR;

2020 - 3ª Classificada no III Concurso de Contos de Lins-SP, com o conto DIÁLOGO ENTRE DUAS RAZÕES;

2020 - 2ª Classificada no Concurso de crônicas da Academia Mogicruzense de História Artes e Letras (AMHAL), com a crônica COZINHA DE MEMÓRIA

CLASSIFICAÇÕES EM CONCURSOS

  • 2021 - Selecionada para a 6ª edição da revista SerEsta - A VIDA E OBRA DE MANUEL BANDEIRA , com o texto INILUDÍVEL ;
  • 2021 Selecionada para a 7ª edição da revista SerEsta - A VIDA E A OBRA DE CECÍLIA MEIRELES com o texto MEU ROSTO, MINHA CARA;
  • 2021 - Classificada no 56º FEMUP - com a poesia PREPARO A POESIA;
  • 2021 - Classificada na 7ª ed. da Revista Ecos da Palavra, com o poema CUEIROS ;
  • 2021 - Classificada na 8ª ed. da Revista Ecos da palavra, cujo tema foi "O tempo e a saudade são na verdade um relógio". Poema classificado LIBERTE O TEMPO;
  • 2022 - Classificada no 1º Concurso Nacional de Marchinhas de Carnaval de Araçatuba, com as Marchinhas EU LEIO e PÉ DE PITOMBA;
  • 2022 - Menção honrosa na 8ª edição da Revista SerEsta, a vida e obra de Carlos Drummond de Andrade , com o texto DIABO DE SETE FACES;
  • 2022 - Classificada na 10ª ed. Revista Ecos da Palavra, tema mulher e mãe, com o texto PLANETA MULHER;
  • 2022 - Classificada na 20ª ed. Revista Inversos, tema: A situação do afrodescendente no Brasil, com o texto PARA PAGAR O QUE NÃO DEVO;
  • 2022 - Classificada na 12ª ed. Revista Ecos da Palavra, tema Café, com o poema O TORRADOR DE CAFÉ;
  • 2022 - selecionada para 1ª antologia de Prosa Poética, pela Editora Persona, com o texto A FLOR DE BRONZE;
  • 2022 - Selecionada para 13ª edição da Revista Ecos da Palavra, tema MAR, com o poema MAR EM BRAILLE;
  • 2022 - Classificada para 2ª edição da Revista Mar de Lá, com o tema Mar, com o poema MAR EM BRAILLE;
  • 2022 - Classificada para 3ª Ed. da Revista Mar de Lá com o microconto UM HOMEM BEM RESOLVIDO;
  • 2022- Classificada com menção honrosa no 34º Concurso Nacional de Contos Cidade de Araçatuba, com o conto O CORTEJO DA MARIA ROSA;
  • 2022- Classificada pela Editora Persona com o conto policial QUEM É A LETRA L;
  • 2022 - Classificada no Concurso da E-33 Editora, Série Verso e Prosa, Vol.2 Tema Vozes da Esperança, com o poema POR ONDE ANDAS, ESPERANÇA? ;
  • 2023 - Classificada na 15ª edição da Revista Literária ECOS da Palavra, com o poema VENTO;
  • 2023 - Classificada para coletânea de poetas brasileiros pela Editora Persona, com o poema CUEIROS;
  • 2023- Selecionada na 23ª ed. da revista Literária Inversos com tema "Valores Femininos e a relevância do empoderamento e do respeito da mulher na sociedade contemporânea", com o poema ISSO É MULHER;
  • 2023 - Classificada no Concurso de Contos de Humor, Editora Persona, com o conto O PÃO QUE O QUINZIM AMASSOU;
  • 2023 - Classificada no Concurso de Poesias Metafísica do Eu, Editora Persona, com o poema QUERO OLHOS ;
  • 2023 - Selecionada pra a 11ª Edição da Revista SerEsta, A vida e obra de Paulo Leminsk, com o poema EL BIGODON DE CURITIBA ;
  • 2023 - Classificada no 1º concurso de poesia do Jornal Maria Quitéria- BA, com o tema " Mãe, um verso de amor", com o poema UM MINUTO DE SILÊNCIO À ESSAS MULHERES MÃES;
  • 2023 - Selecionada para Antologia literária - Série Verso e Prosa. Vol. 4, tema Vozes da Solidão, editora E-33, com a crônica A MÃE;
  • 2023 - Selecionada para a 9ª ed. da Revista Mar de Lá, como poema O POETA E A AGULHA;
  • 2023 - Classificada no concurso de Prosa Poética , Editora Persona, com o texto QUERO DANÇAR UMA MÚSICA CONTIGO;
  • 2023 - Selecionada para Antologia literária - Série Verso e Prosa. Vol.5, tema Vozes do Sertão, editora E-33, com o poema IMAGEM DE OUTRORA;
  • 2023 - Selecionada para Antologia literária - Série Verso e Prosa. Vol.6, tema FÉ, Editora E-33, com o poema OUSADIA POÉTICA;
  • 2023 - CLASSIFICADA para a Antologia Embalos Literários, Editora Persona, com o conto SEM AVISAR;
  • 2023 - Classificada na 18ª edição da Revista Literária ECOS da Palavra, com o poema FLORES, com o poema O PODER DA ROSINHA;
  • 2023 - Selecionada para Antologia literária - Série Verso e Prosa. Vol.7, tema AMIZADE, Editora E-33, com o poema AMIZADE SINCERA;
  • 2023 - Classificada em 8ª posição no Prêmio Castro Alves, na 33ª ed. Concurso de Poesia com temática Espírita, com o poema SOLIDARIEDADE;
  • 2023 - Selecionada para Antologia literária - Série Verso e Prosa. Vol.8, Vozes da Liberdade, tema , Editora E-33, com o poema REVOADA;
  • 2023 - Classificada para a Antologia Desejos profundos - coletânea de textos eróticos , Editora Persona, com o poema AGASALHA-ME;
  • 2023 - Classificada para antologia Roteiros Adaptados 2023 - coletânea de textos baseados em filmes, Editora Persona, com o texto BARBIE, UMA BONECA UTILITÁRIA;
  • 2023 - PRIMEIRO LUGAR no Concurso , edital 003/2023 - Literatura - seleção de projetos inéditos, promovido pela Secretaria Municipal de Cultura de Araçatuba, com o livro infantojuvenil DENGOSO, O MOSQUITINHO ANTI-HERÓI;
  • 2024 - Selecionada para compor a Coletânea Cronistas Contemporâneo, pela Editora Persona, com o texto A CONSTRUÇÃO DE UMA PERSONAGEM;
  • 2024 - Classificada para 19ª edição da Revista Literária Ecos da Palavra, com o poema A PASSARINHA;
  • 2024 - Classificada para a 13ª edição da Revista Mar de Lá, com o poema O TORRADOR DE CAFÉ;
  • 2024 - Selecionada para compor a Coletânea "Um samba no pé, uma caneta na mão", tema carnaval, pela Editora Persona, com o poema DEIXA A VIDA TE LEVAR;
  • 2024 - Selecionada para compor a coletânea "Revisitando o Passado", promovido pelo Projeto Apparere, com a crônica COZINHA DE MEMÓRIA;
  • 2024 - Selecionada para compor a Coletânea de Poetas Brasileiros,2024, Editora Persona, com o poema IMAGEM DE OUTRORA;
  • 2024 - Selecionada para compor a Antologia JOGOS DO AMOR, promovida pela Revista Conexão Literária, com o tema O jogo do amor, poema classificado: TENHO MEDO;
  • 2024- Selecionada para 20ª ed. da Revista Literária Ecos da Palavra, com o tema INFÂNCIA, com o poema DEBAIXO DE UMA LARANJEIRA;

domingo, 16 de agosto de 2020

PARA SE SENTIR GENTE

 

                                   Para se sentir gente

 Por amor, mulher espancada pelo marido evita sua prisão - ROLNEWS

*Rita Lavoyer*

Ela não era bela, mas inventou que poderia amar. E não deu outra. Quis se apaixonar por um rapaz que, possivelmente, lhe daria um beijo. E seguiu entusiasmada com aquele sonho de ser beijada. 

Um encontro poderia ser a solução àquelas vertigens que a acometiam em noites mal sonhadas. Mas... Quem era ela?

Vislumbrou um pretendente e, aficionada no seu objetivo, de tanto que ela pedia, o rapaz cedeu-lhe atenção.

Ele não era lá grande coisa. Mas na balança daquelas necessidades o peso completaria o leve. Ambos se equivaliam à medida das circunstâncias. Até ali estavam empatados.

Delirava só de pensar naquele momento com o qual sonhara. Ela queria estar radiante para aquele primeiro encontro. Quis mudar os cabelos ruins, torná-los mais lisos, macios e cheirosos. Não tinha nada para passar naquilo que  alcunharam “ninho de chupim”, a não ser o pedaço de sabão que era compartilhado no banheiro, no tanque e na pia da cozinha.

Procurou um meio de, naquela ocasião, estar diferente do seu ranço diário. Não encontrava nada que pudesse diminuir o seu mau cheiro, a sua má aparência que muitos do seu convívio insistiam em ressaltar.

Previa que ele, o seu desejado, encostaria o seu rosto no rosto dela. Ela desejava aquele beijo mais do que a quem o daria.  Precisava do beijo.

 O horário do encontro se aproximava e não havia nada que melhorasse o seu aroma, o seu jeito para aquele instante. Com as roupas não se preocupava, iria com a única que tinha, já era parte integrante do seu corpo cicatrizado pela infância desassistida de presente e de futuro.    

Desesperada para não decepcionar no primeiro beijo que receberia, saiu!

Ela saiu!

Não notaram a ausência dela naquele lugar onde ficava para sobreviver. Mas deram por sua falta quando a polícia bateu à porta informando que a moça de cabelos ruins fora presa por furtar, em uma perfumaria, um frasco de xampu. 

Já era “di maior” e sem o superior estudo, numa cela de cadeia foi igualada. Estava lotada e continuou apanhando ali também.

Retiraram-na ensanguentada e a levaram para uma sala vazia, de onde ninguém  via, nem ouvia nada.

Uma de farda encarregou-se de aumentar ainda mais o fardo daquela moça de cabelos ruins que sonhava estar cheirosa para um beijo, o seu primeiro. Atravessou-lhe o olho, vazando-o.  O sangue que jorrava entupiu-lhe os berros que queriam, mas não conseguiram escapar da sua boca.

Infeliz! Ainda bem que foi vazada. Se a deixassem impune por tão hediondo crime, o que mais poderia vir a roubar depois? Carne no supermercado para alimentar aquele que poderia vir a ser o seu marido por causa de um beijo cheiroso, ou remédio na farmácia para curar os futuros filhos seus?

Calavam-lhe as respostas.

Encolhida na cela, cerraram-lhe uma visão, ajudando-a a  sonhar menos em ter seus cabelos cheirosos para serem tocados antes de um beijo que ela não teve coragem de roubar, porque o queria trocado, amado, saboreado.

Roubou o errado! Ele não lhe valeu a pena! Agora pena aí, saboreie o amargo do xampu nos rasgões do seu corpo, enquanto o tempo lambe o beijo que deixou fugir da sua boca!

Levaram-na para audiência com o juiz. Questionada sobre o seu crime ela foi firme em reconhecê-los. Empoderada, afirmou serem dois.  

- Doutor, o meu primeiro crime, o menor, foi desejar um beijo, o que nunca experimentei, e me sentir gente pelo menos uma vez.

Mas o meu segundo, o maior e mais grave crime, doutor, foi perder a oportunidade de roubar o beijo, o meu primeiro, e me sentir mulher, já que atributos para isso a vida não me deu nenhum. Mas não era roubado que eu o pretendia, doutor...

Por favor, o senhor pode me encarcerar numa prisão? Porque, doutor, a vontade de cometer esse roubo está crescendo demais dentro de mim,  e se eu  estiver livre, conseguir roubar um beijo e experimentar o que é ser mulher, talvez eu me torne perigosa, criminosa, nociva demais à sociedade de cabelos bonitos e cheirosos que não precisa roubar um beijo para  sentir o que é ser gente pelo menos uma vez na vida. 

E a audiência continuou...

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

MULHER

 

MULHER tem gosto de flor.
Tem gosto de joia.
Tem gosto de chocolate.
Tem gosto de licor de amor.
Tem gosto de firula.
Tem gosto de cartão de crédito.
Tem gosto de gula.
Tem gosto de silêncio, de desabafo.
De amargura, de contradição,
De dívida, de dinheiro,
De sonho, de felicidade,
De amor, de ódio,
de fogão, de tanque,
De labuta, de suor,
De realizações, de faculdade,
De filha, de mãe, de pai, de amiga,
de irmã, de cachorra, de pachorra,
de frescor, de peitos.
Mulher tem gosto de vagina, porra!
Mulher tem gosto de fel e de mel.
Se não conhece o gosto de uma mulher,
deixe que ela lhe prove
se é homem, moçoila ou senhora.
Deixe que ela lhe diga o que quer.
Mulher tem gosto de liberdade.
Tem o gosto que Deus quiser
Do jeito que o diabo adora.
Rita Zuim Lavoyer - Araçatuba-SP

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

 

    Intolerância religiosa

 

    Não querendo ensinar ninguém, mas para que eu não me esqueça, a

palavra religião vem do latim e quer dizer:  “religare” .  Significa que religião é uma possibilidade de o homem  se religar a Deus. Às vezes me pergunto quando foi o primeiro ligamento para que  houvesse o desligamento  e, posteriormente, (re)ligamento.

    A maioria dos humanos está dividida  em comunidades que comungam as mesmas doutrinas  por identificarem-se com seus  fundamentos, seguindo alguns princípios de educação.   Através das práticas religiosas  o homem busca satisfação , apoiado em sua fé, para superar o sofrimento e alcançar a felicidade.  Logo, a religião tem por princípio beneficiar a vida.

    O que vem ocorrendo, é que fanáticos religiosos, por não processarem o correto significado de religião,   promovem agressões físicas, verbais  e psicológicas contra os adeptos de outra comunidade que não comungam o mesmo segmento religioso que os seus, violando os direitos humanos em sua liberdade de escolha.

    Embora a intolerância abranja todas as religiões, a que mais vem sofrendo agressões são as de matriz  africana, o que se permite deduzir que a questão está ligada ao racismo. A exemplo dessa afirmação, uma mãe de Araçatuba perdeu a guarda da filha de 12 anos, após denúncia anônima não confirmada, de maus tratos, enquanto passava por um ritual de iniciação do Candomblé.

         Lembrei-me da menina de 11 anos que, no Rio de Janeiro, foi atingida por uma pedra na cabeça quando saía do seu culto. Isso lá em 2015.  Quantos atentados como esse, contra as pessoas que defendem sus crenças,   não aconteceram antes e depois desse episódio registrado, mas que não foram divulgados pelas mídias?

         Por não existir uma religião oficial no país, essa violência descaracteriza a laicidade do estado,  sobretudo, porque  alguns devotos  conservadores - cujas doutrinas são de  maior evidência social -  promovem o  proselitismo e o pouco número de denúncias sobre esses casos favorecem o crescimento desse tipo de intolerância.

Esse  comportamento, típico dos idólatras, intimida  o  seu próximo, promovendo-lhe  guerra por crer de forma diferente , rompendo assim o princípio de Paz entre os homens, como deseja a Entidade Superior que adoram.

Que  as autoridades  brasileiras, imbuídas de boa vontade em solucionar conflitos, promovam , nos lugares públicos de toda natureza,  uma reeducação filosófica à sociedade, e não catequética, possibilitando religá-la à Paz,  para o bem de todos os credos e do país.

Um quadro extremo de intolerância religiosa ainda não perpetua no Brasil,  mas se nada for  feito para que a injustiça e a matança por “amor a Deus “ não cessar ,  em pouco tempo não  haverá mais vivos para celebrar o dia de finados.

 

Rita de Cássia Zuim Lavoyer – Araçatuba - SP

 

TRANSGENIPENAGEM

 

A imagem pode conter: atividades ao ar livre

    Essa história que vou contar - não me disseram-, eu vi! Vou contar do jeito que foi.

Esse negócio de a ciência mexer com a natureza, de forma a transformar as espécies em outras, às vezes, dá uma confusão danada, principalmente se depois do experimento os resultados são impossíveis de serem reviravoltados. Aí, do jeito que a ciência deixa, a coisa tem que ficar.


E não foi que inventaram de fazer aquele tal de transgenia com *papagaios* e *periquitos*?
Não sei como mexeram lá nas coisas deles, mas que transformaram em outras coisas, isso certamente foi sim!

Em uma gaiola, no laboratório, havia um casal de papagaio e um casal de periquito.

Aconteceu que o *papagaio* e a *periquita* só dormiam durante o dia, e, por ironia do destino, a *papagaia* e o *periquito* só dormiam à noite, quando seus companheiros acordavam.

Não sei o que, nesse dorme e acorda de companheiros transgenipenosos, as espécies tramaram. Mas olhe, vai espiando... Foi um “papa” daqui, foi um “quita” de lá... e não foi que o papagaio e a periquita, escondidos, resolveram se casar?

O periquito, muito chocado por ver sua parceira chocando ovos fertilizados pelo “ladrão de periquita”, para não ficar só, levou a papagaia direto no gogó.

Foi: toma lá dá cá.

Foi “peri” daqui, foi “gaia” de lá, esses bichinhos também quiseram se casar.

Naquele laboratório, foi um tal de papa-quita e de peri-gaia... Na verdade, foi um tremendo bafafá.

Dessa transgenipenagem só deu coisa esquisita.
Nasceram, pelados, uma Peripagaia e um Papariquito.

Da ciência evoluída, isso foi a coisa mais feia que eu já vi na minha vida.

Por Rita Lavoyer

sábado, 8 de agosto de 2020

Pais !

 


Pai, por que não me olhou?

 

* Rita Lavoyer 

 

Pai, hoje, observando-o, vejo seu semblante cansado e nos seus cabelos  brancos sei que há muito de mim.


Pai, por que não me olhou?


Quero abrir um parêntese no período em que eu me afastei da minha própria vida, azedando-me o fruto.


Olhe-me, pai, a partir do momento em que eu era apenas uma criança e que o senhor nos surrava, a mim e aos meus irmãos, porque fazíamos xixi na cama. Sabia que o senhor achava que nos corrigiria. Hoje, aprendi a me limpar sozinho e entendi: “que não devemos desprezar nenhum desses pequeninos...”


Olhe-me, pai, a partir do momento em que eu já comia sozinho e o senhor nos reunia nos momentos das refeições, nos ensinava a rezar olhando os alimentos que o senhor insistia em dizer ter trazido para nos alimentar. E batia novamente quando eu dizia que não gostava daquilo que estava servido. Hoje, aprendi a orar e entendi: “que nem só de pão vive o homem”


Olhe-me, pai, a partir do momento em que saíamos em família com roupas novas, o senhor sempre foi zeloso com a nossa aparência, mas não podíamos brincar, porque tínhamos que voltar para casa limpos. Sabia que o senhor queria conservar o tecido. Hoje, aprendi a agradecer e entendi: “Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.”


Olhe-me, pai, a partir do momento em que o medo que eu sentia do senhor me dominava, e eu corria para os braços da minha mãe para não apanhar mais e mais quando eu, brincando com  os meus irmão, bagunçava  a casa que o senhor exigia que mamãe sempre mantivesse em ordem. Hoje, aprendi a caminhar e entendi o verdadeiro: “Vinde a mim...”

Olhe-me, pai, a partir do momento em que virei moço e que o senhor nem se dava conta dos horários que eu chegava em casa. Sabia que o senhor estava cansado porque dobrava o seu turno no trabalho e ninguém podia fazer barulho, tínhamos que conservar o silêncio. Hoje, aprendi que há momentos sagrados e entendi que: “Havia muitos que iam e vinham e não tinham tempo para comer.”


Olhe-me, pai, a partir do momento em que eu me divertia com colegas, que o senhor sequer sabia quem eram e nem a quais famílias pertenciam. Eu sei, pai, que o senhor se preocupava demais somente com o que se passava dentro da sua casa. Hoje, aprendi a me resguardar e entendi o que significa: “Guardai-vos dos cães.”


Entenda, pai, que o parêntese aberto em um período que deveria ter sido a minha vida, mas que eu deixei de viver por conta de tantos vícios, não foram fáceis. Não me viciei porque quis.


Pai, sou fruto da sua árvore. Aves de rapina consumiam-me debaixo da sua sombra e o senhor não percebia que uma fruta sua apodrecia pendurada em seus galhos? Hoje, eu o vejo e me entendo:  “Por seus frutos os conhecereis”


    Pai, por que não me olhou?


     Na rua me formei delinquente quando já não achava razões para voltar para o hospício silencioso que o senhor chamava de casa.


Mas, hoje, pai, estamos unidos novamente. Eu, nesse monólogo íntimo, o observo sentindo uma vontade imensa de abraçá-lo e de pedir-lhe perdão por tê-lo feito sofrer dentro do parêntese que eu abri num momento da minha vida. Pai, os meus irmãos são bons frutos. Creio que  também sou.


 Pai, tanto quanto o senhor, eu possuo dois ombros; escolha um e me ofereça um outro seu. Ambos, pai, precisamos chorar.


Porque eu entendi alguma coisa do que o meu Pai me ensinava: “Levantar-me-ei e irei ter com meu pai...”


- Pai, eu te amo! Posso abraçá-lo e, mais um pouquinho, sentir a sua sombra?

 

As árvores da vida são sempre boas, embora, enquanto jardineiros, as maltratamos.  Até que nenhuma ciência me prove o contrário, os frutos delas também são.

 

Rita Lavoyer 

ritalavoyer@hotmail.com

www.ritalavoyer.blogspot.com

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

MULHERES INDEPENDENTES

 

Autoria – Rita Lavoyer

 

 Menininha independente

 

Não é carente, tem até cartão de crédito porque é muito insistente. Grudada num celular leva tudo numa boa, quando sai de casa diz: - “To sainu meus coroa.” . Menininha educada! Tem tamanco salto alto e minissaia jeans que está toda assinada com o nome da garotada. Tem jeitinho cabra-cega, é ligeira como lebre. Sabe dar beijo de língua que enlouquece os moleques. Na escola não se enrola e faz tudo direitinho. Descola sempre uma cola debaixo do vestidinho. “ Nóis vai, nóis foi, nóis fumo” é o jeito como fala. Faz continha com os dedinhos e nunca fica dividida. Menininha desse jeito multiplica-se.

 

Moça independente


Tem diplomas nas paredes e fala muitos idiomas. Dirigi o próprio carro e não mora mais com os pais. É jovem evoluída. É profissional bem instruída. Ocupa cargo de chefia e comanda muitos homens. Quando ela dá as ordens todos lhe respondem: sim! As amigas que ela tem, inteligentes e saradas, estão no mesmo patamar. Como o reto acaba torto, muitas não acharam, ainda, um homem para formarem par.

 

Madura independente  

 

Toma decisões sozinha por não ter ninguém por ela. Conhece, desde a infância, o peso da labuta. Na luta, virou máquina e trabalhou feito uma louca para conquistar o seu espaço. Quando virou bagaço o patrão mandou-a embora. Voltou-se para o lar e virou esposa e mãe. Agora estão criados, os filhos e o marido. Prometeu a ela mesma que o seu espaço ninguém lhe toma. Vai toda noite à escola para conseguir o seu diploma.

 

Idosa independente


Agora, aposentada, sabe viver a vida. Não casou, não teve filhos, mas tem muitos sobrinhos. Trabalhou e viajou, conhece a metade do mundo. A outra metade diz que vai conhecer com as amigas. Vive rindo, leva tudo numa boa, mas quando todos se recolhem fica, só, com as paredes. Jura com os pés juntos não ter medo de fantasmas. Fala para todo mundo que joga carteado com um antigo namorado que queria por esposo, mas, coitado, morreu tuberculoso.

 

Dona independente.

 

Ao som de Roberto Carlos, este homem, este mariiiidoooo ,  compôs esta canção.

 

O dia nem começa e eu levanto para coar o café. Preparo a mesa e tiro a criançada da cama. Volto para o nosso quarto e visto a farda em minha dama. Ela pega a pistola e ajeita na cintura. Eu ponho as crianças no carro para levá-las à escola. Ela entra no camburão e eu a vejo ir embora. Volto logo para casa, vou lavar a roupa suja. Espano a poeira, varro o chão e vou correndo à quitanda. Eu quase posso ver os dedos dela deslizando no volante. Fico imaginando o seu charme vistoriando um assaltante. Enquanto passo o seu vestido vou fazendo uma oração. Peço ao Pai que a proteja nessa sua profissão. A minha rotina é sempre esta, sou um gato borralheiro. Fico em casa, sou doméstico, minha dona é quem traz dinheiro.

O som da sirena dela abre passagem em minha pista. Quando ela chega do trabalho sou eu quem a revista. Ela se envolve em meus braços e eu me prendo inteiro nela. Eu a deito no chão encerado e arranco os seus coturnos. Massageio os pezinhos dela, eu a faço Cinderela. Controlo a minha vontade de amá-la ali mesmo. Ela sabe que eu quero ser o seu eterno preso. Ponho as crianças na cama e jantamos a luz de vela. Na rotina dos nossos lençóis ela me transforma em rei. Hoje, sou homem, sou feliz, porque a ela me entreguei. E que assim seja todos os dias, meus dias de rotina

 

E que Deus o abençoe com esse mulherão! Homem maravilhoso. Amiga, a torta de sardinha que esse homem faz deve ser uma delícia!

 

O quê?


Está brava porque eu não a mencionei neste texto? É mulher independente, trabalha fora, fala vários idiomas, ganha muito dinheiro, é realizada no matrimônio, teu marido é profissional realizado. Teus filhos são os melhores alunos da classe? Faz viagens pelo mundo? Joga baralho com as amigas, com suas funcionárias também? É jovem e bonita e muito feliz? Nem TPM? ...

Perai!... Um colosso igual a você não cabe num espaço pequeno igual a este.     

Você já está na odisseia, querida! Além do mais, esta coluna aqui é para as ‘MULHERES’ de carne e osso, não para seres mitológicos. Psiu! Quietinha aí! Não tenho medo de você! Falsaria. Pensa que eu acredito em mar de rosas? Além do mais, como as suas estruturas conseguem carregar uma grandeza como você, hã?