O Romantismo nasceu na Alemanha e é fruto de dois grandes acontecimentos na história da humanidade, ou seja: a Revolução Francesa (1787-89) e a Revolução Industrial (1750).
Essas duas revoluções provocaram e geraram novos processos, desencadeando forças que resultaram na formação de uma sociedade moderna, moldando, em grande parte, os seus ideais (sociais). Impetuoso e vital, precedido pela corrente literária pré-romântica “Sturm und Drang” (tempestade e tensão), o Romantismo surgiu como um movimento que privilegiava o sentimentalismo e a subjetividade individual, em oposição à estética racionalista clássica, somando, ainda, o interesse pela nacionalidade, pelo retorno à natureza, melancolia e o mais forte – o isolamento.
Desta tendência estética e filosófica, que é o Romantismo, nasceu também, o homem capaz de criar livremente, que colocou nas palavras seus impulsos. O artista que não teve medo de rasgar seu peito e expor sentimentos, que teve coragem de transgredir regras, pular obstáculos, o poeta que, com seu espírito de rebeldia, liberdade e independência conseguiu descortinar o misterioso, o irracional e o imaginativo da vida humana e, ainda assim, ser aplaudido e homenageado como gênio criador que se cria e cria, e que tem a competência de fugir para o passado ressuscitando-o, transcender-se e reencontrar a natureza ,que era explicita e não vista, e sonhar com um outro futuro diferente ao presente em que vivia.
Não houve Nação, nem sistema político que calasse essa filosofia, esse idealismo e o desejo de liberdade que conduziu esse novo homem cuja raiz se fortificou na palavra, e que se espalhou sobre toda uma terra, a semente germinadora de sonhos e ideais verdadeiros. A apreensão da verdade deveria se dar diretamente a partir da experiência sensorial e emocional do homem escritor; a imitação dos modelos clássicos foi realmente abandonada, tão formidável e benevolente semente, que fez nascer a árvore e que deu vida ao filho da palavra. Palavra da vida - O Poeta.. Como eu digo, e gosto sempre de afirmar : Poeta é coisa da semente, é semente que brota. Fruto que cai em terra , terra que engole o fruto. Fruto que gera árvore, árvore que gera vida e que nunca morre. É morte buscando vida com ânsia de vida. É natural, é natureza. É criador e criatura. Desvenda mistérios em onírico viver. O cerne de seu próprio cerne. Um profeta o poeta é. O texto continua pra dizer sobre o profeta: a nossa flor azul.
4 comentários:
Quer falar sobre a flor azul,Rita?
Pois fale! Você poooooooooooode!
E como!
Aguardamos a continuação,o profeta.
Parabéns pelo belíssimo blog.
Abraço,
Wanilda Borghi.
Para falar do Romantismo como vc fala tem que ser romântico,'sentimental demais' como Altemar Dutra; estéticamente delicada como Rita Lavoyer que não tem medo de rasgar o peito para expressar um pensamento.
Parabens pelo texto e obrigado pela aula...
Rita, adorei sua crônica.Certamente não haveria ninguém mais sensível q vc, pra falar com tanta propriedade sobre Literatura e o Romantismo.e com certeza opoema transmite a fala da alma e para traduzir o que eu penso envio este poema de Mário Quintana, que através de seus versos mostra a transcendentalidade da poesia :
SE EU FOSSE UM PADRE
Se eu fosse um padre, eu, nos meus sermões,
não falaria em Deus nem no Pecado
— muito menos no Anjo Rebelado
e os encantos das suas seduções,
não citaria santos e profetas:
nada das suas celestiais promessas
ou das suas terríveis maldições...
Se eu fosse um padre eu citaria os poetas,
Rezaria seus versos, os mais belos,
desses que desde a infância me embalaram
e quem me dera que alguns fossem meus!
Porque a poesia purifica a alma
...e um belo poema — ainda que de Deus se aparte —
um belo poema sempre leva a Deus!
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