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Essa guerra contra os fantasmas exige ação, não só de parte de indivíduos isolados e de pequenos grupos, mas também nas grandes massas humanas. Essa guerra dentro de nós próprios é a – Revolução Criadora.” Moreno,J.L. Psicodrama. Cultrix, p.96
Estou aqui pegando carona no assunto. "Nova semana antidrogas em Araçatuba".
O bullying é meio degrau para o mundo das drogas, porque o buleiro precisa de uma gangue junto com ele. Nunca diga: isso não acontecerá na minha casa, porque não há lugar melhor para tirarmos lições do que dentro da nossa própria casa. Graças a Deus somos todos diferentes, mas tão próximos, que não conseguimos nos enxergar. Oh, difícil convivência humana!
Há séculos, as Ciências estudam o desajuste do homem com o seu meio, do homem com o seu interior e do homem com o mundo que o cerca.
Alguns fatores são responsáveis pela dissensão do homem com o seu universo real: psicológico, familiar, social, educacional, financeiro, cultural entre outros, acarretando, às vezes, em seu abandono, rejeição e preconceito. Eu afirmo sem medo de errar que o preconceito é um substantivo genético. Tá, que não o temos! Uns apenas mentem mais; outros, menos sobre isso.
Esses fatores responsáveis, quando não resolvidos a contento do indivíduo, fazem com que a cada dia ele busque significados para o seu vazio existencial, e nessa busca , muitos jovens deparam-se com as drogas. É muito frequente, para quem convive com conflitos internos, aceitá-las como solução, tornando-as necessárias para se fazer e se sentir importante.
O indivíduo precisa, por instantes, se sentir superior, dono de si, opondo-se a tudo e a todos, tal qual o buleiro - quem pratica o bullying.
Acha que as drogas o possibilitam isso. Entorpecido, mascara-se para conseguir liberar seus fantasmas. A pessoa sente dificuldades de encarar o mundo sabendo que os olhos alheios o julgam, o cobram, aprovam ou desaprovam-no. Engana-se ao pensar que com as químicas seja possível olhar os olhos do mundo sem temê-los.
Poucos aceitam apoio para se reerguerem novamente alcançando de volta sua dignidade. Dignidade esta colocada de lado, ignorada pelo dependente químico quando este “mergulha de cabeça” no poço, na mais profunda escuridão, no abandono e no seu próprio isolamento.
Vários “convites” contribuem para que o indivíduo se desgarre do seio de seu lar, da sociedade e de si mesmo. Basta abrirmos os nossos olhos e ouvidos para o que nos são oferecidos dia a dia que preencheremos, em poucas horas, infinitos relatórios.
O homem é um ser insaciável e busca constantemente seu preenchimento interior e respostas para sua existência. Acaba, por vezes, sendo vítima das propagandas enganosas, das marcas famosas, da sociedade que prega um consumismo desenfreado e mais , vítima de um dos maiores inimigos da sociedade – o traficante, indivíduo que resolve seu problema existencial por métodos injustos.
Não blasfemamos quando mencionamos “problema existencial” ao nos referirmos ao “traficante”, ele também não se enxerga e não vê o próximo como semelhante. Sabe que as drogas são produtos de retorno financeiro rápido, satisfazendo suas necessidades. Os dependentes químicos, por serem vítimas, passam muitas vezes a traficar. Mascaram-se, tentam subir de qualquer jeito nos palcos da insensatez, escalando nos ombros da família e dos amigos, fazendo-os vítimas involuntárias desse processo de decadência.
É o homem desfazendo o Homem, vivendo como primata, transgredindo a origem da Criação, agredindo seu Criador, exterminando sua espécie, destruindo séculos e séculos de Ciência e Civilização.
Resta, portanto, para o presente, a união de forças, dedicação, solidariedade, respeito e compreensão entre os Homens e conosco mesmo. Amemo-nos em primeiro lugar, aceitando as nossas diferenças e as dos nossos semelhantes. Será que com tanto progresso conseguiremos evoluir para aprendermos isso?
O Amor-Exigente é um balde de amor que tenta apagar o fogo da indiferença que está se alastrando sobre uma humanidade carente de fraternidade. É, pois, sua parcela de contribuição em prol da vida. Agora, com o Amor-Exigentinho temos certeza de que, muito em breve, nossas crianças de agora estarão bem melhor amanhã.
Parabéns à senhora Adalberta, mulher de garra, mulher de fé e de princípios, que tanto tem ajudado a tirar, com as suas mãos cheias de milagre do amor, as dores de famílias que trazem nos ombros o peso das drogas.
Nesta altura, é Deus quem precisa Dela.
Rita Lavoyer é professora e escritora.
Pós graduada em Linguística e Crítica Literária e
que afirma, constantemente, que “Bullying não é brincadeira”.