Classificada na 8ª edição do concurso de poesias organizado pela Revista Ecos da Palavra !
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Tema do concurso: “O
tempo e a saudade são na verdade um relógio”
LIBERTE O TEMPO
já quis que o tempo voasse
para que eu
meus sonhos alcançasse.
Parecia-me ele
de lerdo flutuar.
Do dia, horas
havia de estudar
de tarefas, de
orar e a delícia de brincar.
O relógio, em
sua sisudez, estabelecia a vez
com ponteiros,
qual agulhas,
que indicam das
horas as frações,
costuravam-me espaços
afora,
definindo dos meus
períodos as durações.
Diante dos reveses também
quis o tempo parar
para logo depois planar
em suas asas
e, do meu peito, as penas
da saudade arrancar
matando-a no ninho,
extirpando da história
meus amores e seus carinhos.
Quis o tempo meu
prisioneiro.
Julgando-me
dele proprietária
tentei, com a
minha sorte, domá-lo.
No embalo das
minhas saudades,
hoje não me calo.
Aprendi: não tem jeito!
Ele é senhor de si
mesmo,
não adianta, em
nossas mãos, prendê-lo,
tampouco
arrancar-lhe os ponteiros.
Preso no meu invólucro,
vazando entre meus
dedos,
quando os olhos abri
decifrei um belo segredo:
Não tentes em mim
pôr tuas rédeas,
não craves em ti
tamanha maldade.
Estão na passagem
do tempo
as lembranças que
deixam saudades.
Se eu não passar
como devo
não verás na linha
da vida evolução,
nem a tua, nem a
minha.
Caminha
respeitando do teu relógio a precisão.
No sentido horário seremos horas e minutos,
acertando teu tempo na exatidão do agora.
Sobre um o
outro seremos o conduto
para o
nascimento de uma nova aurora.
Autoria – Rita de Cássia Zuim Lavoyer