Elefante é um bicho grande. Incomoda pelo tamanho, pelo cheiro. Incomoda porque... Porque incomoda, ué! É um animal em extinção. Alguns estão no zoológico, outros no circo. Poucos estão em seu habitat natural. Apesar de ser grandalhão, tem um cérebro do tamanho de uma formiga. Se ele tiver uma formiga formidável dentro dele, “vixi!”, ele será grandalhão e inteligente. Aí sim, vai incomodar muita gente mesmo! Mas é fácil tirá-lo do caminho. Pelo tamanho todos conseguem vê-lo. É só juntar muita gente forte, amarrar o bicho, pôr na jaula e mandar pra onde achar que deve, afinal, qualquer agulha consegue acertá-lo.
A formiga... Bem, a formiga é um bichinho muito pequenininho. Tão pequenininha que muitas morrem sem antes conseguir ver o próprio pé, pois os pés dos outros as esmagam logo que saem do ninho. E por falar em ninho, têm os de cobras. Nesse, nem elefante, tão pouco as formigas, gostariam de meter os pés. Ou patas? Hum! Sei não! Melhor usar patas porque se metem com as galinhas, são do mesmo círculo e a gente vai falando, o novelo enrolando e poucos entendendo.
Por falar em entender, dizem que, quanto mais entendemos das coisas, mais inteligente somos. Ouvi uma história, mas não entendi direito. O que eu sou, então, já que eu não entendi? E a história foi rolando. Galinhas e patas brigando pra bicar uma formiga. Mas a bichinha era ligeira e sabia do apetite das penosas por ela. Na disputa, saiu correndo. Viu-se acuada em determinado momento e o único esconderijo foi o ninho da cobra. Lá adentrou. O espaço era pequeno, feito para o formato da cobra, se esticada. Um cano? Parecia que a formiga ia entrar pelo cano mesmo. A cobra percebeu algo, mas nada via. Sentia que pisava nela, pesando-lhe. Rastejou-se e saiu do ninho. Teve espaço. Esfregava-se no chão pra tentar tirar aquele incômodo que andava pelo seu corpo. A formiguinha ficou. A cobra dava de rabada em si mesma tentando livrar-se daquilo, enquanto as penosas assistiam à cena. Sentiu o negócio andando por sua cara. Contorceu-se toda e meteu o próprio rabo na cara, mas não acertava a formiguinha. E a cara foi inchando. Sábia, pois seu cérebro era grande, a formiguinha desceu pelo corpo da cobra alojando-se nas costas. Foi quando a cobra pode vê-la. Aquela, provocativa, sorriu para esta que, num ataque destemido, meteu as presas no próprio corpo, morrendo com o próprio veneno. A formiguinha saiu ilesa. As penosas aproveitaram e comeram a cobra, mas morreram de indigestão.
O elefante? Celebra o cérebro da formiga e sua razão de ser.
Um comentário:
A formiga nos dá a lição de que quando não se tem a força bruta, melhor é trabalhar com a coragem , premeditação , persistência, confiança, força interna e externa e segurança.O elefante...tadinho....já carrega muito peso, não aguentaria carregar o "kit" q as formigas carregam tão bem..rsrssr.Parabéns Rita,a realidade começa numa fábula.
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