Você já abraçou seu filho hoje? Você já deu um beijo em sua testa? Ou você é muito ocupado para perceber, que do seu lado tem um anjo precisando de você? Você já abraçou seu filho hoje? Você já deu um beijo em sua testa? Antes que seja tarde, lhe faça um carinho. Corra, abrace forte o seu filhinho. *
Tem anjos que são enviados pelo Criador. Tem anjos que, simplesmente, escorregam do céu porque a pressa é muita, não querem esperar a vez de receber amor. Aqueles são recebidos de braços abertos. Estes, escorregadios ou displicências do Senhor? Não nos cabe julgá-los, apenas uma mera observação. Estes, algumas vezes, no escorregão, encontram, pelo caminho da queda, outros anjos que lhes entendem as mãos e servem-lhes de pára-quedas na aterrissagem. Não falaremos dos enviados como não falaremos destes socorridos. Outros, do mesmo bloco de lambaris ensaboados, caem direto no chão e, como se de vidro fossem, espatifam-se. Um outro anjo, que deveria estar de braços abertos para protegê-lo ‘na e da’ queda estava, simplesmente, de braços cruzados. Talvez, estivesse ocupado e não percebeu que aquele anjo era o complemento do seu eu. O anjo, de braços cruzados, já adulto, percebendo aquela caca de cacos no chão, resolve organizar o ambiente. Junta os pedacinhos, com todo amor e carinho e vai colando um a um, até que seu anjo, totalmente reconstituído, toma feição de criança. Os braços, enferrujados por terem ficado por muito tempo cruzados, não conseguiam, ainda, envolver aquele corpinho de cacos e cola. Mas o esforço foi grande e as engrenagens foram se lubrificando naturalmente. Forças do exercício. Cacos e cola foram se esticando a medida em que, braços desenferrujados os envolviam. Passaram a ser dois em um. Com o suor dos sentimentos, cacos e cola começaram a se desprender. Cola não colava mais os cacos. Cacos perderam suas formas. Anjo adulto, mais velho, tirou areias dos seus olhos e, com elas, modelou os cacos para que se encaixassem na cola. Nem toda areia foi suficiente. Cacos com cola, já inteligente, chamou seu anjo de mãe. Mãe, já quase madura, chamou aos seus remendos: filho.
Ela o abraçou e deu-lhe um beijo na testa. O calor de seus lábios fez derreter um pouco da cola, descolando um caco, bem no centro do crânio. E assim são os remendos de um anjo que caiu fora do ninho. Mas a mãe, no seu instinto acolhedor, chora, ri , ama e abraça forte o seu filhinho, enxugando, sempre, algo desagradável, que não consegue identificar, mas que fica vazando pelos pequenos vãos entre os cacos e a cola.
* desconheço o autor
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