Com tantas solenidades espíritas no mês de abril, face à comemoração do centenário de nascimento de Chico Xavier, a atenção ao Espiritismo triplicou. O que me chama a atenção é o fato de que os Homens trazem em si uma mediunidade incrível; uns mais, outros menos, não importa qual o grau, mas alguns não se dão conta disso. Há os que torcem o nariz para o Espiritismo sem conhecer a doutrina.
Outro dia alguém me questionou sobre reencarnação e por qual razão alguns seres nascem com deficiências, sejam elas física ou mental. É para pagar algum pecado? A pessoa que questionava queria uma explicação que aliviasse o seu coração, para quando olhar o seu ‘semelhante deficiente’ sofra menos.
Bem, o fato de ele sentir a dor do próximo em seu estado físico ou mental já o aquilata e o coloca à frente de muitos de nós ‘ditos’ humanos.
Expus algumas opiniões acerca do assunto, inclusive sobre o pecado. Não sei se eu o ajudei em alguma coisa ou dificultei suas idéias. Às vezes estão nos novelos as respostas que esperamos. Procure a ponta da linha. Achando-a não deixe que faça nó.
Questionou-me ainda por qual razão uma pessoa que foi educada em uma religião pode migrar para outra, meu caso.
Respondi-lhe que eu nasci espírita, quem não sabia disso eram os adultos que viviam comigo. E como ele mesmo sabe, criança não anda, é carregada. Assumi o Espiritismo definitivamente após a maternidade. Precisava entender muitas causas. Entendi algumas e outras coisas busco aprender.
Senti dificuldade/repreensão pela migração? Se tivesse pedido opiniões certamente. Portanto, nenhuma das duas, porque tive forças suficientes para derrubar barreiras, não deixando nenhum pó à minha frente que me impedisse seguir o meu caminho.
Na minha família há espíritas? Nenhum, e hoje não me desabonam, porque digo que sou, porque sou e ninguém mais me afronta.
O que eu sei, e queria que ele entendesse, é que no mundo não há ninguém mais pecador do que eu. Eu sei sobre mim mesma, as razões das minhas atitudes, os motivos que me levam ou levaram a agir de uma maneira ou de outra. Tenho plena convicção do que faço, logo sou responsável por minhas ações. Se passei ou passo por alguma provação, e se hoje eu entendo isso para poder resolver os meus conflitos sem me castigar ou culpar alguém, quem me ensinou foi o Espiritismo.
As práticas dos que me cercam ou mesmo dos que estão distantes, sobre isso eu não posso responder. Como me certifico de que ninguém melhor do que eu para saber o que se passa dentro de mim, como saberei o que se passa dentro do outro e julgá-lo sem conhecer suas razões?
Então o amigo me perguntou se os deficientes vieram para pagar algum pecado. Tentei explicar que cada um está nesta passagem porque precisa e a reencarnação resume-se em oportunidades.
Hoje eu sei da minha dor, a do outro, preciso de algumas reencarnações para aprendê-la. Embora não seja física e nem mental, trago as deficiências de sentimentos em mim, que às vezes me fazem física e mentalmente doente. Por isso, aproveito a ‘oportunidade’ para acertar-me. Tento, para diminuir as feridas que veem no meu corpo e na minha alma.
A toga é de pano e pode ser transferida de uma pessoa para outra; o julgamento, de palavras que o vento passa, carrega e as derrama sobre algumas terras onde brotam espinhos que podem dizimar vidas; a consciência, de percepções/ponderações do que se passa dentro e fora de mim.
Portanto, amigo, é preciso que saiba pelo menos distinguir uma pessoa de outra, pois há vários tipos de deficiências e deficientes.
Se relato tudo isso, meu amigo, é porque a mínima mediunidade que trago, me avisa das suas dúvidas e sei que você precisa me perguntar mais coisas ainda. Quando fizer, venha com o coração calmo, esse que eu sei que você tem.
Os sentimentos dos outros, amigo, não cabe a ninguém aproveitar-se deles para algum benefício e espezinhá-los depois.
Os sentimentos dos outros, amigo, não cabe a ninguém aproveitar-se deles para algum benefício e espezinhá-los depois.
Isso religião nenhuma precisa ensinar. Vamos aprender isso aqui mesmo, ou vamos esperar a próxima reencarnação?
Quando a toga chegar em mim, espero esteja em estado de pó. Eu o assoprarei ao tempo, pois não me cabe acusar, julgar ou condenar os homens e suas atitudes.
Fique em paz, porque tento seguir com ela.
Rita Lavoyer
6 comentários:
Muito bom o texto seu convite lá no baú pareceu um chamado... Infelismente ou felismente ainda estou procurando meu caminho, procurando ficar em paz com minha conciência acho que é isso. Felicidade sempre amiga!
Rita, simplesmente lindo seu texto. Deus a abençoe por nos ter brindado com ele e com seu blogue, de extremo bom gosto! Beijos.
Então...bem...pois é...quem será este amigo urso que fez esta desgraçeira.
Memento homo quia pulvis est: ele esqueçeu disso.
Oi, Rita! Adorei o post. Sou espírita e precisamos defender nossa doutrina com sensatez, fornecendo informações para quem não conhece a doutrina e acaba adquirindo um preconceito sem razão. Parabéns! Espero vê-la muitas vezes no meu blog, pois eu estarei sempre passando por aqui! Beijão
Oi Rita,eu gosto de pessoas como você,com atitude.Você espírita e pronto.Eu não tenho uma religião mas respeito àqueles que têm.Acredito em Deus,nós temos que ter fé em alguém ou em alguma coisa porque ninguém vive sem fé,acredito eu.
Abraços,Lúcia
25/04/010
Eu pensei em mim, quando vc disse que já era espírita desde criança.
Acontece algumas coisas comigo que me deixam confusa e isso desde a adolescencia, mas tem se intensificado agora.
Eu leio muito entao sempre procuro na visao espírita entender tudo isso.
Bjs! Lu
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