“Vede, não desprezeis alguns destes pequeninos...” _ Jesus (Mateus,18:10.)
Bullying é assunto sério e sistemático. Não podemos deixar que caia no esquecimento dos leitores. Com a implantação do Programa de Combate ao Bullying nas escolas municipais de educação básica de Araçatuba,(PROJETO DE LEI APROVADO HOJE ÀS 10H NA CÂMARA MUNICIPAL DE ARAÇATUBA) convido a todos os pais e dirigentes das escolas particulares a se engajarem juntos com a Secretaria Municipal de Educação, que acredito, trará um resultado benéfico ao futuro desta cidade.
Vamos pais! Vamos nos unir também, por nossos filhos, pelos professores e pela Paz dentro das escolas.
O bully trabalha todos os dias, botando em práticas as suas funções. Se ainda não ficou claro o que é bullying, vou fazer uma breve explicação.
Para ser considerado bullying, as ações do agressor sobre a vítima têm que ser repetidas, repetidas, repetidas várias vezes. A vítima é marcada para sofrer as consequências do bully todos os dias. Ela é escolhida pelo agressor por não apresentar condições físicas ou psicológicas para se defender dos ‘ataques’ a que é submetida. Entende? O bully não se cansa, ele precisa agi (sugar vida) constantemente. Se não for assim não é bullying. Melhorando a explicação:
Bullying: violência física ou psicológica, intencionais e repetitivas, praticadas por um indivíduo (bully - agressor) ou grupos de indivíduos, com o objetivo de intimidar ou agredir, causando dor e angústia à vítima. Lembrando: repetidas, repetidas várias vezes sobre uma vítima.
Buleiro- Como bully(valentão, brigão) é um termo em inglês, vamos traduzi-lo para o araçatubês como buleiro. Criada nova palavra na cidade de Araçatuba. Buleiro, agora em Araçatuba, é quem comete bullying. Escreva e acrescente-a ao seu dicionário.
Ato infracional- Os atos infracionais são sempre comparados aos crimes, ex : lesões corporais, calúnia, racismo, difamação, injúria etc. ou contravenções penais, alguns exemplos: provocar tumulto em festa; passar trote para órgãos públicos; retirar placas de sinalização das ruas; dirigir gracejos obscenos às pessoas; brigar com socos dentro ou fora da escola, enfim, todas essas condutas constituem contravenções penais e são punidas na forma da lei.
Então, se uma criança ou adolescente cometeu um ato infracional, não cometeu bullying, porque não o praticou várias vezes sobre uma mesma vítima com as intenções que o bullying tem. Logo, se uma criança ou adolescente comete bullying está, automaticamente, cometendo um ato infracional do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Não estou aqui diminuindo a gravidade de uma ou outra atitude, mas quero esclarecer que andam pintando o bullying ‘santo’, o que na verdade não é. Se eu trato o bullying como um ato infracional isolado apenas, tiro dele o peso maléfico que ele traz.
Antigamente, levávamos à escola os piolhos, embora eles não gostassem nem um pouco de estudar. Piolho é um ectoparasita encontrado em aves e parasita a cabeça dos humanos, retira nutrientes do organismo alheio para sobreviver.
Hoje, tem um piolho aqui, outro lá diante. Foi difícil, mas está erradicado, sabe por quê? Porque piolho fica do lado de fora da cabeça do ser humano, não é tão nocivo ao meio social, tão pouco aos estudantes, ao passo que o bullying vai às escolas dentro das almas das crianças. É um ser humano(buleiro) gritando ajuda, parasitando uma vítima, tentando retirar-lhe a essência, desconectando-o da sua própria vida.
Bullying são ações praticadas por quem tem uma vida desvivida, tentando eliminar outra que não pediu para ser vítima.
O veneno para o piolho, na minha época, chamava-se querosene; para o bullying, o remédio chama-se afeto, respeito e perdão.
Antes que qualquer criança aprenda a ler e a escrever, deve ser ensinado a ela, em casa, o que significa respeito e perdão. Na matemática resolverá melhor a questão do dar e receber.
Quando o meu filho soube do projeto lei para implantar o programa de combate a essa doença dentro das escolas me perguntou:
_ Mãe, essa campanha vai ser internacional?
_ Não meu filho- respondi-lhe. Primeiro a gente cuida do nosso jardim. Se as plantas forem boas, as raízes tomarão conta do todo.
Parabéns ao futuro das crianças de Araçatuba por esta nova lei implantada de combate ao bullying nas escolas municipais. Contudo, lembremo-nos sempre que a única lei infalível entre os homens é a da causa e efeito.
Meus agradecimentos a todos envolvidos nesta campanha. Em especial ao este Jornal Folha da Região que me abriu as páginas para eu gritar as minhas dores.
Mas eu não paro aqui, porque nada existe insignificante na estrada que percorremos.
RITA LAVOYER
Um comentário:
Será que posso copiar e enviar para a Secretaria de Educação de Petrópolis?
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