Etimologicamente, grafite designa “bastonete de grafita, mineral de carbono, usado na fabricação de lápis”. Daí originou-se o termo grafitismo, que, segundo a Enciclopédia Mirador Internacional é definido como:
Grafite vem do italiano graffiti, que é o plural de grafito, que por sua vez, significa em latim e italiano: “escritas feitas com carvão”.
Grafite, vem também da palavra grafhein, que em grego significa escrever, grafite é o nome que se dá ao lápis, de onde se conclui que grafite tem tudo a ver com escrever, escrever com carvão.Grafitar também é pintar nos muros.
O termo grafite não sofreu alteração quanto à sua grafia na língua portuguesa e o mesmo acontece com os sujeitos que realizam esta produção, os chamados grafiteiros: aqueles que pintam nos muros e paredes das cidades. No Dicionário MEC, o termo grafite é denominado como:
“Grafite: Palavra ou desenho em muros ou casas, paredes, representando marca ou assinatura de alguém. Grafita. Grafiteiro: Diz-se de, ou indivíduo que escreve grafite.”
Com o surgimento dos textos do grafite nas cidades, um novo visual apoderou-se das esferas urbanas. Esses textos são feitos nas ruas, com o intuito de propagar idéias e transformar os muros da cidade em espaços livres para a criatividade. No lugar das pichações, surgem desenhos alegres e coloridos que decoram o território urbano. Ao adentrar pelos espaços urbanos grafitados, o sentimento que se tem é de estar circulando pelas revistas das histórias em quadrinhos ou mesmo estar dentro dos programas infantis televisivos.
É um mundo diferente daquele nu e cinzento que a cidade muitas vezes oferece. Assim, a destruição do espaço, antes concreto, real e cru, surge agora através da proliferação do visual com uma nova plástica.
O grafite é uma manifestação que surgiu nas periferias dos grandes centros urbanos, mas entre os seus difusores, consciência é a palavra chave dos que defendem e produzem os textos do grafite.
Então, o que é grafite? Grafite e pichação são iguais?
Apesar das pichações serem letras e palavras cifradas espalhadas pelo espaço das grandes metrópolis há quem confunda com os grafites, que são considerados como forma alternativa de explorar possíveis veias artísticas. No pensamento de quem faz os textos do grafite ou os admiram, o grafite é visto como forma de expressar sentimentos e emoções, de colocar o talento em prol da cidade e do seu espaço.
Imagens recebidas via internet.
MEC-Ministério da Educação e Cultura. Dicionário de Língua Portuguesa. Brasília, 1996. p.540
1-Mirador Internacional. Encyclopedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. In. Grafite Pichação & Cia. RAMOS, Célia Maria Antonacci. São Paulo, Annablume,1994, p.13.
4 comentários:
Hoje temos duas espécies de grafiteiros. Os que picham para 'deixar sua marca', mais antigo, e os que se esmeram nos desenhos, usando cores.
Os primeiros são moleques mesmo. Os outros são artistas populares, procurando seu espaço.
Carinho,
Jorge
Discordo ligeiramente do amigo do primeiro comentário.A"marca" pode ser também positiva,certo?
Também defendo o direito artístico dos grafiteiros,mas fico pensando se eles não devem ter bom senso ao fazer a escolha do lugar de expressão...Acredito que a dobradinha "talento e educação" dá um resultado maravilhoso.Beijos Rita,boa semana!!!
Olá, meus queridos leitores.
Agradeço os comentários carinhosos dos dois neste espaço.
Espero continuar com as leituras e opiniões agradáveis de ambos.
Com carinho
Rita
Rita, Parabéns por seu artigo sobre Grafite. Indica que você vem estudando o assunto com seriedade. E por também estudar seriamente esta área, não posso deixar de comentar que discordo totalmente de suas ideias sobre a questão. Vc cita Célia M. Antonacci. Fui um dos entrevistados por ela por volta de 1990, e já naquela época discordei "furiosamente" (mas com elegância, garanto) da leitura que ela fazia sobre o problema.
Sou arquiteto, pós-graduado em educação e mestrando na FAU/USP. Meu projeto de pesquisa está visceralmente ligado a esse tema. Também sobre ele ministro uma disciplina no curso de pós-graduação em Design Gráfico da FAAP/SP.
Considero a discussão sobre o graffiti (é como eu insisto em escrever) atual e importante. Por favor, mantenha-me informado sobre iniciativas acadêmicas e eventos em Araçatuba e região.
É de meu interesse participar de mesas-redondas, debates, palestras etc.
Cordialmente,
Waldemar Zaidler
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