De extrema relevância o artigo do amigo Orson Peter Carrara: “Doe Palavras” Folha da Região- A2, de 27/10/2010. Acesse o site www.doepalavras.com.br
Quanto poder a palavra tem?
Se nos propusermos a pronunciar várias vezes a palavra ‘amor’, cada uma que sair de nossas bocas terá peso e medida diferentes.
Na pronuncia, embora contendo em si as mesmas letras /a/m/o/r/, estas se diferenciarão de todos os outros sinas que utilizarmos para dizermos outras ‘amor’, simultaneamente.
Os movimentos do diafragma, essenciais para realizarmos a respiração, também são únicos; o músculo expande-se para que o oxigênio se transforme em som ao passar pelas cordas vocais. Os movimentos diferem-se um do outro. Um som, embora passe pelo mesmo canal, jamais sentirá a mesma vibração, resultando em diversas intensidades sonoras.
Se estamos em estado de estresse, o cérebro manda sinais às glândulas suprarrenais que produzem, ao mesmo tempo, os hormônios de alerta: adrenalina (medo) e noradrenalina (raiva) que, se liberados com mais intensidade, alteram os batimentos cardíacos. O sangue flui mais rapidamente, envolvendo o cérebro e os músculos nessa troca de informações que vão se modificando à medida em que buscamos no nosso âmago as forças para continuarmos pronunciando o que desejamos: gritando, xingando, cantando, maldizendo, elogiando, etc.
Os processos aos que o sistema humano se submete para levar a palavra ao alcance do seu receptor, torná-la-a única. O receptor, tal qual um aparelho, capta os sinais eletromagnéticos desta emissão (palavra) e os converte em substâncias positivas ou negativas, de acordo com o sentimento que os impulsionou.
Os nossos receptores irão recepcioná-las, e cada qual, respeitando o sistema do seu organismo as decodificarão, sentindo das palavras ouvidas a força que elas trazem em si.
A palavra de elogio tem o peso de uma pena. Quando pronunciada ela sobe; a de ofensa, o peso de uma âncora. Pronunciada ela dilacera grande parte das células do receptor, prejudicando-o.
Muitas palavras demasiadamente elogiosas são falsas, mas nenhuma palavra ofensiva deixa de ser verdadeira concretização do sentimento do falante.
Somos uma empresa, nada menos do que 100 trilhões de células, cujos órgãos internos nos proporcionam vivermos bem se dermos a eles condições de se manterem em perfeita harmonia.
Todos podemos explodir, mas isso não nos dá o direito de mandarmos aos nossos alvos os mísseis verbais que produzimos cujo potencial nosso consciente desconhece.
Rita Lavoyer
10 comentários:
" tudo pode acabar a partir dela ".
Pior que é...não fosse o dom da palavra, a desgraçada não teria me dito adeus.
O poder mágico da palavra é objeto de livro "O Nome da Rosa", de Umberto Eco. Além da sabedoria guardada na biblioteca, junto dela estava o poder da palavra.
Excelente, Rita! Um estudo de respeito.
Carinho,
Jorge
E como as palavras tem diferentes forças, tanto de expressão como de conotação.
O poder das palavras vem de acordo com o estado de espírito de quem a expressa.
Abraço
Primoroso seu texto, Rita. Coloquei em meu blogue com os devidos créditos. Parabèns.
Rita,
Seu texto é um verdadeiro tratado sobre os poderes insuspeitos da palavra. Acessarei o link. Espero não voltar mudo de lá... Um beijo.
Rita, realmente a palavra é a força que move o MUNDO!
Vou já pra lá ver este site.
Abraço
Oii, Rita! Belo blog! Parabéns, querida! ^^
Adorei o texto!
Comenta no meu blog também! Postei uma versão que escrevi da música "Elected", do Alice Cooper!
Conto com você para apreciar meu trabalho de letrista!
RIOT kisses,
Mari.
Rita,
Uma educadora, também aqui. Ou talvez em toda parte. Adorei tê-la encontrado nessas andanças néticas.
abraços e boa semana.
Nossa que aula, agradeço.
Realmente a palavra se materializa, é uma energia poderosa.
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