Sem qualquer motivo aparente, uma moça aproximou-se de um rapaz dizendo-lhe assim:
_ Por que você fez aquilo?
Assim ele respondeu:
_ Fiz porque quis. O porquê de minhas atitudes não lhe interessa.
_ Não me interessa por quê? – continuou ela. Você está pensando o quê? Oh, rapaz! Por que continua a fazer essas coisas?
Sabe-se lá por que ele faz o que faz. A moça está tão brava!
_ É porque você mesmo não sabe o porquê do que faz – esbravejou a moça. Se soubesse, por que o faria? É claro! Você não sabe por que, não é mesmo? Diga-me que não, por favor! Diga-me que é porque você é assim mesmo que eu o perdoarei.
_ Por que é que você acha que eu quero que você me perdoe?
_ Porque... Bem, eu acho que, às vezes, você não sabe bem o que faz, por isso. O que é que você quer que eu faça se você não me explica por que você faz o que faz?
_ Ora! Vamos parar de mais-e-mais que eu tenho mais o que fazer.
_ O que é que você vai fazer?
_ Quer saber por quê? Porque sim!
_ Por que você responde “porque sim”?
_ Porque sim, ué!
_ Que “ué” é esse? Aonde foi que você aprendeu isso de “ué”? Nunca fez uso disso!
_ Ué, por que é que você quer saber?
_ É muito feio.
_ Feio por quê?
_ Porque sim.
_ Por que é que você respondeu assim “porque sim”?
_ Por quê? Não pode?
_ Não!
_ Não pode por quê?
_ ‘Porque sim’ não é resposta.
_ Você anda assistindo a programas repetidos?
_ Repetidos por quê?
_ Porque passam várias vezes ao dia.
_ Por que será? Ai! Mas e daí? Porque você nunca vai, então, eu assisto. Por que você nunca vai? Por quê? Por quê!?
_ Quer saber o motivo, por que eu nunca vou?
_ Por quê?
_ Porque eu não aguento mais você e seus porquês... porquês... porquês...?
_ É porque eu te amo.
_ É? E eu posso saber por quê?
_ Por quê? É proibido te amar?
_ É que você tem um quê com esses porquês que me irrita!
_ Que coisas eu tenho?
_ ‘Porquês’ de todos os tipos!
_ Por que será?
_ É pra mim que você vem perguntar?
_Nossa! Que nervoso você está! Por que você está falando assim comigo?
_ Ai! De novo esse “por que”, sabe, não gosto muito das perguntas que você faz.
_ Como você gostaria que eu as fizesse?
_ Que não as fizesse, ok !?
_ Minhas perguntas têm um quê que o irrita, não é?
_ Têm!
_ Por quê?
_ Posso responder apenas “porque sim”?
_ Não!
_ Por quê?
_ Agora é você que está me interrogando.
_ Que pergunta eu lhe fiz?
_ Você perguntou “por que” novamente.
_ Que chata você é!
_ Quê!? Isso não pode ser verdade...
_ Mais é!
_ Nossa! Que sem educação você é!
_ Tive que ser claro e sincero.
_ Por pouco que a nossa amizade não termina. É que eu gosto de você, por isso vou esquecer o que você disse.
_ Foi necessário que eu dissesse isso a você. Você me questiona tanto que eu fico louco.
_ Você nunca quis que eu ficasse com você?
_ Não é que eu não queira que você fique perto de mim, é que você está mais investigativa do que nos outros dias.
_ Eu pergunto o que pergunto porque você nunca me dá certeza em suas respostas.
_ Que certezas você quer saber?
_ Por que você fez aquilo?
_ Faça silencio, que eu não quero mais perguntas.
E ela perguntava que perguntava, mas não o convencia a lhe responder.
Que coisa, não? Se eles começarem com o “se” ambos estarão perdidos.
Rita Lavoyer
5 comentários:
Bela aula usando as quatro formas. Agora espero uma aula sobre Este, esse, aquele. rsrsss
Por quê? Porque tinha que ser.
Interrogações, uma atrás da outra, cansam! Tanto no dia-a-dia, como na língua...
Bom trabalho.
Beijos, Rita.
Jorge
Por que, porque, por quê, porquê. Haja indagação. E haja resposta! Ótimo texto, amiga Rita.
São vários os motivos p/ apreciar seu trabalho.
Parabéns
Genial, Rita!
Parabéns!
Wanilda Borghi
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