
O autor e as editoras
Não gosto de escrever muito. O leitor fica cansado, acaba pulando trechos e na maioria das vezes, desistindo da leitura.
Mas determinados assuntos devem ser mostrados com detalhes, pena de ficarem incompletos ou sem essência. Um deles, discutido por todos nós que escrevemos, é a dificuldade de publicar um livro com selo famoso ou mesmo razoável.
É bom que se diga logo no princípio que qualquer editora é uma empresa. Empresas visam lucro, nenhuma quer ir para o vermelho. Que fazem elas? Principalmente, editam autores consagrados, numa repetição por vezes monótona. A maioria dos seus avaliadores já está preparada para recusar trabalhos de autores novos. Um dos quesitos que eles respondem, obrigatoriamente, é se o trabalho é comercial, se vende com facilidade.
O avaliador literário não está preparado para este exame. Ele conhece os bons e os maus trabalhos. Mas não conhece mercado, e estão sujeitos a repetidos erros. Mesmo razoáveis textos podem vender muito, e é fácil acontecer isto. Dependendo do assunto, se for matéria popular ou da moda, o sucesso é quase certo. Vende mesmo. Neste campo encontram-se os livros de auto-ajuda, moda, escândalos e trabalhos por celebridades, tenham ou não valor real.
A indústria do livro também comete o crime de enriquecer usando a famosa fórmula pronta. Geralmente são norte-americanas, que espalham Best Sellers pelo mundo todo, de autores inexpressivos e assuntos até mesmo idiotas, mas com o conteúdo que muitos leitores gostam: amor, sexo e poder.
Do outro lado, os escritores. A maioria é deficiente mesmo, não há como negar, basta ler nos diversos sites para notar a fraqueza deles. Ou pretende agradar, com rapapés ridículos, ou querem aparecer escrevendo de modo difícil, gongórico. Este tempo já passou há alguns séculos, mas existe uma fervorosa insistência. Uma das características é o trecho longo, mas que não diz nada. Estão excluídos das publicações, sem dúvida. Estou referindo-me aos prosadores. Poetas, lidos com cuidado, em vinte deles salva-se um ou dois. Não é sem sentido que as grandes editoras não aceitam poesias para avaliar.
Quem paga caro por tudo isto é o autor de talento, e existem muitos que têm esta qualidade. Mas são renegados pelas medrosas e covardes editoras.
Uma coisa é certa. Com o advento da web, as famosas grandes podem ter sua espinha dorsal quebrada a qualquer tempo. Vão cerrar suas portas.
Não faltam idéias novas, partidas de recentes tendências e homens que sabem manobrar bem melhor com este tipo de empreendimento do que aos atuais editores. Um exemplo foi a impossibilidade de a Civilização Brasileira continuar editando.
Era a maior e mais conceituada editora brasileira. Hoje faz parte de um grupo forte, e não tem mais vida própria.
Há novas idéias no mercado editorial. Não de empreendedores que atuam na atualidade, mas de pessoas bem mais inteligentes.
Muitos perguntarão como sei disto tudo. É fácil. Sou um dos colunistas do Vote Brasil, http://www.votebrasil.com ,um nome no site político brasileiro, ganhador de dois prêmios Ibest, o maior da internet brasileira.
Não há muitos segredos para um colunista político, na vida pública.
7 comentários:
Oi Rita... textos inteligentes eu os leio... E, parabéns por estas colocações sobre Autores e Editoras! Empresa - lucratividade - operariado... Como educadora senti isso na pele "tendo" que adotar involuntariamente determinados livros por ser de determinada editora, apenas mirando o lucro! Percebo que, mesmo fora do circuito, os meandros continuam os mesmos... Pornografia, sexo, drogas, corpos nus vendem... Já cultura fica no underground... Até escolas de "grife" maquiam o ensino-aprendizagem visando o lucro empresarial na captação de clientes! Leio no momento: "Muito além do nosso eu" - Miguel Nicolelis e, meus neurônios encontram-se em ebulição ao ler hoje pelo Estadão.com a quantas anda a "analfabetização" de nossas crianças que "passam" por nossas escolas! Absurdo! Mas, real! A blogosfera é elemento útil para nossos protestos! Que cidadãos do futuro estamos lapidando hoje? É para pensarmos!
Abraço, Célia.
Oi Rita:
Lendo o comentério da Célia, e gostei muito, resolvi bisbilhotar: Duas coisas importantes, para mim, a primeira quando cita Miguel Nicolelis e, a segunda um verso político e singelo de sua poesia TRIBO:"Converta tal despesa em cestas básicas". Os dois pontos se resumem em um: O Nicolelis é fundador de um grande partido político de S. Bernardo (SP); a 'cesta básica' é o social do pequenino criticado pelos inimigos do básico.
Quanto a análise do Jorge Sader Júnior, tem um valor para iniciar um debate, sobre editoras. Não podemos esquecer que a moral capitalista é o lucro. Em minha vida profissional convivi com as mais importantes editoras do Brasil; Os livros mais vendidos em todos os tempos são os que tratam das religiões: `Potências religiosa industrial na impressão em papel, Vozes Ed.,Ed. Santuário Apa., Casa Publicadora Brasileira, em Cesário Lange a poderosissima Sede das Testemunhas de Jeová (a dez anos imprimia em português-Braille e bíblias em quase todos os idiomas do mundo + por hora imprimeia 36000 revistas e 72000 cadernos para livros de bolso - imagine hoje).
Outro mercado surpreendente é encontrado nas revistas de horóscopos. João Bidu é um dos maiores, senão o maior, editor desse produto(todas as variantes): Hroscopos semanal, mensal, anual, combinações de signos para convívio, namoro combinado e até endereços para correspondentes interessados em vários objetivos.
Na minha opinião, Rita, se vc quiser fazer sucesso, escolha um dos santos recem eleito por Benedito 16, invente uma biografia cheia de balanço social, choradeiras e seus milagres, em breve, vc estará nas paradas do Cash Box Londrino.
PS - Ainda não falei de auto ajuda que detesto.
Abração.
Credo, Picasso!
Mas para fazer sucesso há de se arregaçar a manga da camisa. Como essa expressão é pra lá de jurássica, e o salto da inscrições nas paredes das cavernas à cibercultura ** aconteceu num estalar de dedos**, confesso que não dou conta de tanta informação ao mesmo tempo e, pôr tudo isso no papel tomaria longo tempo, daí, precisaria deixar minhas pesquisas de lado.
Então vamos ao script: Qual santo sugere? Conheço a santa Rita, que acha? Não o Durão, mas eu, a Durona. Hã!?
Obrigada pela participação da Célia e do Picasso no meu blog. O texto, eu o solicitei ao Jorge Sader Filho, que me autorizou publicá-lo aqui, por achá-lo bastante relevante.
Quem leva portada na cara, como eu já estou acostumada a levar, consegue experimentar as entrelinha do autor.
O meu trabalho não é comercial, é de formiguinha.
Sempre que eu me deito eu agradeço ao Pai pela força que ele me dá para eu não desisitir. Eu preciso acreditar no meu trabalho sempre, porque a grande maioria não acredita.
Ainda que o navio, Picasso, fundeie em meus passos,havendo em mim a força que somente eu conheço, eu o arrastarei, ainda que no deserto.
Amo vocês e muito obrigada sempre pela grandiosa e importante participação nos meus trabalhos.
Rita
Voltanto aos comentários da Célia e do Picasso.
Depois que li o texto do Jorge, que me provocou muito, tanto que eu o solicitei ao autor, produzi o poema acima. "Passos, os meus"
Confesso que eu não sabia por que ele saiu, foi questão de minutos.
Para responder ao Picasso, eu descobri de onde ele saiu.
Vai entender. Nem santo resolve essa parada, meus caros!
O importante de tudo é o leitor.
Está nele o poder de ressuscitar muitos trabalhos.
Então, que tipo de leitor nós somos, como bem questiona a Célia:
"Que cidadão do futuro estamos lapidando hoje?"
Abração nos dois.
Quando eu descrevo uma coisa, meus pensamentos, e aparece um leitor que ao ler, interpreta o que não escrevi; Isso me faz um bem que não imaginas. Aprendo, admirado, um outro lado que só encontro na filosofia.
Rita, infelizmente, estamos lapidando o twiter, os nossos leitores estão tuitando, economizando letras descobrindo um outro idioma que não chegaremos a decifrar.
Abração.
Nossa! Obrigada Rita e Picasso! Que pingue-pongue de opiniões de quem desceu da "nave mãe" [leia-se útero] para viver realmente! Sem "comer letras"... fomos bem alimentados! E quanto a escolher um santo, meus caros... melhor mesmo seria uma seita! Ai sim... riqueza na certa! Como educadores precisamos nos cuidar para não sermos degolados pela modernidade [referência dada hoje em dia à falta de educação]... Ótima a abertura de vocês por saberem que um texto uma vez publicado, não mais nos pertence e evidentemente receberá várias interpretações. Rica é a releitura que fazem de nós!Abraços aos dois! Célia.
Rita, a Célia entende o riscado; quando escrevo e libero um texto em qualquer veiculo é a liberdade total, ou seja, "não me pertence", como balão apagado, é de quem chegar primeiro e guardar.
Forte abraço, Célia.
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