Não
vou esconder que quando eu a vi pela primeira vez tremi na base, literalmente. Olhava-a,
observando os seus gestos elegantes, aqueles que transmitem a leveza da alma –
a dela. Foi observando-a que aprendi o que é ser elegante, longe daquele
conceito pragmático do dicionário.
Ela transmite uma felicidade enorme por
viver. Sem que diga nada, percebe-se que ela é grata a Deus pela vida que é
dela, pela família que ela formou, pela
garra que ela desenvolveu, pela sabedoria que ela adquiriu, pelos amigos que
ela conquistou, pela Paz que ela merece e por toda a elegância que ela sabe
carregar, assumindo a sua posição de cidadã politizada com ética, respeitando o
seu próximo, independente das bases que
o margeiam, porque está situada no seu tempo, compreendendo sua História e a do
mundo por experiência e profissionalismo, tendo plena consciência disso, sem a
intenção de se fazer notar, mas sendo vista, porque distingue-se, por sua aura,
com destreza, dentro da grande massa.
Tento apresentar aqui a professora de
Geografia e História, escritora, poetisa, contista, cronista, romancista, sonetista e muito
mais para cuja arte escrita não há definições: MARIA LUZIA MARTINS VILLELA.
Mas... foi através dos seus texto, que eu os
lia, publicados, que eu fui buscar Maria Luzia Villela na
literatura araçatubense, como ela se apresenta para o mundo das letras. Achei que ela trazia algo mais do que
já havia lido em outros escritores. Busquei
a sua literatura e não a sua pessoa, mas fui me envolvendo, envolvendo e assim
vou...
Maria
Luzia destaca-se, para mim, por sua clássica genialidade. Faz-nos, seus
leitores, contemporâneos por sua
tradição. Passeia com desenvoltura entre
os estilos literários sem qualquer cerimônia. Curta, porém fina, manda o seu
recado fazendo-nos esperar a sua próxima produção. Só não a entende quem não a
lê. O seu estilo é claro e denota apuro
e elegância na escolha do vocabulário.
Em suas crônicas torna engraçado o que é
ridículo, critica alguns aspectos políticos sem tirar a graça da sua produção.
Vencedora mais de quatro vezes no
concurso de contos cidade de Araçatuba, ocupa a cadeira número 7 da Academia
Araçatubense de Letras. Coincidência ou não, na numerologia “elegância” é o
número 7 também.
Tem um talento imenso para compor sonetos,
de difícil elaboração, por seu estilo, ela mostra-se exímia nesta arte. Como poetisa, leva-nos a um mundo de
lembranças, através de imagens, dentro das quais vivemos a essência do tempo
que o seu eu lírico nos propõe.
Em seu primeiro romance “Rua da
liberdade 44 - O anjo de Sá Maria”, conta a história de uma menina – Ana Lu, menina que gostava de
pensar, exploradora dos labirintos do conhecimento -
que teve três mães porque não tinha uma.
Paula: a mulher que lhe ensinou a
religião. Sebastiana: a que lhe ensinou o ofício e Sá Maria: que lhe ensinou a
sonhar.
Ana Lu dizia: “ um dia eu vou mandar em
mim”. Uma criança que, com as rédeas que lhe eram impostas, sentia, já na
infância, vontade própria.
Contando que a história se
passa no início do século passado, é de arrepiar adentrar no universo desta
menina que pensa com as forças que traz nas veias.
O que acontece com Ana Lu, personagem “mulher”
do século passado, é que ela alcançou seus sonhos. Ana Lu é
aquela que deu certo!
A sua segunda obra, o livro de contos “SEM
NOME E SEM CHORO”, nesta história do submundo a leitura flui, acertando no alvo e, ao final de
cada conto, saltamos ao outro, contado com a visão dos marginalizados, a
procura de Mané Vesguinho, Mané Coxinha e Mané Maluco.
As obras de Maria Luzia Martins Villela
são, para mim, obras de muito valor.
Maria Luzia Villela, sem me perguntar de
onde vim, nem para onde eu queria ir, convidou-me a adentrar a sua residência,
conhecer sua família: esposo, filhos, netos e noras; ceiar à sua mesa, compartilhar da sua energia.
Ensina-me, muito, como escrever. Ela é o meu
porto seguro literário. Se eu, enquanto autora de alguns textos, subi alguns
degraus nesta arte das letras, muito eu aprendi com ela. Maria Luzia Martins
Villela sou-lhe eternamente grata! Você
sabe que o meu esposo é seu fã, né!?
Tardava esta produção. Ainda que não
tudo, tentei, Maria Luzia, expressar todo o carinho que eu sinto por você. Tenho
certeza de que, com a sua elegância, entenderá este meu momento.
Obrigada por tudo, inclusive pelas
graças do Senhor que emanam da sua “elegância”!
Rita de Cássia Zuim Lavoyer
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