"Só se adquire perfeita saúde vivendo na
obediência às leis da Natureza. A verdadeira felicidade é impossível sem a
verdadeira saúde, e a verdadeira saúde é impossível sem rigoroso controle da
gula... “ - Gandhi
Mahatma, em sânscrito, significa: “grande alma”. Uma grande alma: Gandhi.
Exatamente no dia 13 de
janeiro de 1948 – Mahatma Gandhi, para
protestar contra as violências cometidas
por indianos e paquistaneses, deu início a um jejum que durou duas semanas. Foi
um pacificador que acreditou que uma revolução pode ser feita sem armas.
Segundo pesquisas,
seres humanos sadios conseguem viver até oito semanas sem comida. Na falta de
alimento, o carboidrato é o primeiro a ser queimado no organismo, depois o
organismo apela para as proteínas e, na falta, ataca as gorduras – aqui o caso
já fica preocupante. Tendo água, sendo forte e com boa forma física, a chance
de sobrevivência de quem entra num jejum rigoroso é grande.
"Para mim, nada mais purificador e
fortificante que um jejum."
Quando
chega o final de ano, muitas pessoas se empanturram, tentando comer e beber tudo
o que não foi possível no ano vigente inteiro. E quando o Ano muda o número, aí pensam que no
dia seguinte não haverá mais alimentos no mundo e querem comer e beber como
recompensa pela fome da humanidade.
Depois descobrem que o número do manequim
também mudou, para maior! Há criatura que entra em parafuso, quer enfiar as
mãos na boca e rasgar até pôr para fora o que vinha engolindo nos últimos dias
que viveu para a comida. A gula explode de todos os lados e, para muitos, não
há como controlar a situação. Começam
as guerras: com a consciência, com o espelho, com o guarda-roupa, com a
balança, com a grana, com a humanidade toda,- como se ela fosse a culpada pela
alimentação existente no mundo -, enfim... se joga numa trincheira, vai escavar
buraco numa academia e, não contente com o sacrifício, quer que todos nas redes sociais também sofram vendo aquele conflito visual pneumático explodindo na malha
coladíssima.
Oh, guerra cruel! É agir ou
morrer com peso na consciência.
“... Todos
os demais sentidos estarão automaticamente sujeitos a controle quando a gula
estiver sob controle...”
Cruel
mesmo é ter que comer a vida toda, fazer tratamento e não engordar nenhum
grama. Engravidar e perder mais quilos do que tinha. Engravidar novamente e
continuar com o mesmo peso de quando tinha 17 anos. Ter que comer dois lanches
de manhã, macarrão com purê de batata no almoço, X-tudo com refrigerante à
tarde, jantar tudo que sobrou durante o dia e tomar um milk-shake para
dormir... Estou nessa!
“... Aquele que
domina os próprios sentidos conquistou o mundo inteiro e tornou-se parte
harmoniosa da natureza."
Ao
contrário de muitos de nós que temos como lema: comer ou morrer, em seu último
e maior jejum, que iniciou em 13/01/1948, época em que a Índia vivia dias difíceis,
Gandhi adotou o lema: “Agir ou morrer”, se necessário, para
instaurar a paz, jejuaria até a morte.
Dezessete
dias após esta data, em 30 de janeiro de 1948, contrariando a sua doutrina da “não
violência”, um jovem hindu, que não assimilou os ensinamentos do líder, o
assassinou com 3 tiros à queima-roupa, em Nova Deli.
Da
boca daquela Grande Alma, que não se alimentava, saiu, naquele momento, a
expressão: “He Rama” (Ó Deus!). A humanidade perdera para a violência, um dos maiores homens do século 20: Mahatma Gandhi.
O
bem não está só no que entra pela boca de qualquer um; mas, muito, no que sai da
boca de um grande homem.
"A força de um homem e de um povo está na
não-violência. Experimentem.” Mahatma Gandhi.
–
Uma afirmação que instiga quem tem fome de Paz!
Autoria
Rita Lavoyer
5 comentários:
Verdade Rita. Gandhi venceu o Império Britânico pela vontade e pela paciência em assimilar insultos.Queria uma India independente e seu amor pelo país foi tão forte que derrotou todas as forças que fazem do homem um fraco.
A ferrenha perseverança do grande líder em suas nobres causas, fez com que o mesmo sacrificasse a própria família. Foi mesmo uma grande alma, Rita. Um dos mais maiores exemplos a ser seguido por toda a humanidade.
Obrigada, Hélcio e Rosalino pela leitura e comentários.
Uma denúncia e uma lição de vida. Alinhavando ambas, o talento e o estilo inconfundíveis da Rita, que felizmente não nos impõe jejum de letras. Um beijo pra você.
Oi, Marcelo! Obrigada por ler meu desjejum "letrário"!
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