|
Jornal Folha da Região, 08/12/20145 |
Na República do Ratil, Ratinhos babavam com a
pescaria dos Ratões - conhecedores do ofício - pois cresceram assistindo às ratanças dos pais
e avós, os “Joões-Ratões”, que tinham i$cas mais gorda$, por isso pescavam Peixões
e reinavam absolutos, enquanto Ratinhos jogavam a rede e...nada
Marquetaram. Lançaram Pti$co$ e com eles apeteceram os olhos dos peixinhos cansados de serem
fritos. Avistando aquela jogada brilhante, intuíram que se pulassem nas redes
alternativas sairiam do fundo do nada em
que se encontravam. Logo os Ratões deram um jeito de tornar ilegal
a rede, sob suspeita de puxarem gato.
E
foi e deu! A pescaria foi farta e os Ratinhos subiram a rampa
da Queijolândia.
Aos peixinhos coube-lhes ralar o queijo para abastecer
as pi$$arias.
O Rato eleito - que se autodenominou
Rei- deu para cada súdito carta alcunhada
“Rarta branca”, para com ela agirem como
bem entendessem, desde que alguém não
soubesse de nada. Súditos, “sem querer querendo”, descobriram os
buracos do queijo. Afoitos, consumiram as “Rartas” todinhas. Pediam outras e o Rei lavava-lhes as mãos, digo: as patinhas.
Ratos também pensam: contrataram um Leão, pela ferocidade, para guarda do Rei e do cofre, cuja chave
ficava junto com a caneta do líder do Ratil. O Rei precaveu-se e colocou à
frente dele a Cobra Abafadora dos buracos.
Nos dias de festas, o Rei-Rato reunia
os Súditos, Joõezeiros e Buraqueiros para degustarem pescados na ‘Mantega’, afinal eles também são de redes e das redes.
Nessas ocasiões o Leão percebia que sua
majestade trazia um rabo a mais entre as pernas. Num final de festa, o Leão
avisou o Rei sobre que o via.
– Eu não sei de nada e você não viu nada – repreendeu-lhe
o Rei.
Todos dos buraco$ souberam que o Leão de$cobrira. Foi
Federal! Pensaram em trocá-lo por um Bode que “expia$$e” pior. Por e$tratégia,
o Leão continuou na guarda real, afinal em terra de rei quem tem dois olhos é
vesgo e vira fera, podendo matar.
Numa
reunião acalorada, Rei-Rato agasalhava a
Cobra em sua roupagem. Não aguentando se esconder, fadigada, emergiu a cabeça para tomar-lhe a
caneta e dar- lhe o bote. O Leão, num rompante, rasgou a roupa do Rei-Rato,
arranhou-lhe um dedinho, mas o salvou antes que a rastejante o consumisse.
Rapinas
da realeza remessaram a rede sobre a
fera. A Cobra recuou, rumou ao seu reduto. Nenhum Ramphasto* reapareceu para romper a rede que reteve o Leão.
A
Cobra regozijou na sujeira dos buracos,
mas cuspiu todos os rabos dos frequentadores
por trazerem nós que não desatavam; enquanto isso, ratinhos inofensivos de
laboratório reivindicavam nas ruas do Ratil, fazendo-se cobaias. Para evitar separatismo,
a Abafadora distribuiu “Rartas” de todas
as cores e, por sua agressividade, o Leão pagou o pato.
No
“Dia da Graça Forte”, Peixinhos que se asfixiavam por justiça foram incitados.
Diante deles o Leão, sem reação, virou réu.
O cardume, enrubescido, ralhava:
-
Viva o Rei! Enjaule o Leão! Lavem as mãos, o Leão será condenado! Ratearemos sua roupa e rifaremos
sua juba. Sigam-nos, ceguem-no! No seu rabinho amarraremos o astro brilhante e sonoro, para lembrar-se, quando se mover, de que, publicamente, Rato não tem rabo, e que
lealdade não tem o mesmo valor que o pe$o
de grupo unido que rala e nada!
Por essa destreza todos receberam uma pi$$a de bilhões, que já pagaram e não
comeram, mas babam esperando a próxima.
*Ramphasto:
tucano
Rita
de Cássia Zuim Lavoyer
3 comentários:
Ah! Agora entendi... a "Rarta Branca"... meio poluidazinha... cheiro de bueiro e rato$$$... escondendo o próprio rabo, para enxergar o alheio e viva Pilatos que saem todos de mãozinhas bem limpinhas! Qual $erá o $abor da próxima pizza!?
Valeu Rita!
Abração.
Perfeita alegoria com a nossa pátria amada, Ratil! Muito bom, Rita. Abraços!
qualquer semelhança NÃO é mera coincidência, né memo?
Postar um comentário