Palavra do dia: COLÔNIA
Sentindo-se magra,
investiu tudo numa Colônia para quem deseja ganhar peso. Com os hóspedes, se
entusiasmaria a comer muito- pensou. Tornou-se sucesso e o trabalho a consumia.
Sem tempo para se alimentar, virou cisco, caiu sobre uma panela. Depois da refeição,
nunca mais viram a dona da colônia.
Palavra do dia:
DINHEIRO
- Deputado, há algo de podre no reino dos políticos!
- O que é podre? O que não se usa apodrece! Dizem que batata
podre estraga as boas. Há frutas que caem de podre.
- Senhor, falo de dinheiro. Malas cheias de notas verdinhas.
- Então, sua besta. Vamos aproveitar as verdinhas antes que
apodreçam.
Palavra do dia: Parágrafo
-Dedinho, parágrafo, travessão.
Assim, Pedro começava a escrever o que sua professora
ditava. Por amor a ela é professor e repete: dedinho, parágrafo, travessão.
Baseados em parágrafos das leis, acusaram-no por estimular
alunos a usarem os dedos nos travessões dos colegas e cassaram-lhe o
diploma.
Palavra do dia: RIO
Fez dos sonhos cajado. Se conseguiram abrir o Mar Vermelho,
abrir caminhos para os rios será milagre de bom tamanho.
Maquinarias trabalharam. Valas e mais valas rasgaram os
solos do sertão. Agora é espera a chuva para pôr fim ao êxodo dos Severinos,
senão as valas terão a mesma cor daquele Mar.
Palavra do dia: poema
Decorou o poema “
batatinha quando nasce espalha rama...”, para dizer à ela quando passasse em
sua frente. Ela passou. Ele emudeceu. Ela jogou-lhe um bilhete. Ele o pegou.
Leu: “Você quer comer batatinha frita comigo no Mac Donald”?
Rasgou o bilhete e foi perguntar à mãe o que
ia ter para o jantar.
Palavra do dia: cócegas
Adorava dormir no braço do esposo,
experimentando os pêlos do sovaco dele a lhe fazer cócegas no nariz.
Palavra do dia: meias
Irã diz que tem uma varinha mágica. Com ela, pega,
de cima do muro, as meias que Vera põe no varal. Quando ela se dá conta do
sumiço, grita e bolas de meias quebram suas vidraças. Pego em flagrante, ela
fez mágica com a varinha dele. Sem poder sentar, a cada meia hora, ele sente a
magia de novo.
Palavra do dia: fita
Sapatinho preto colegial, meia ¾ , sainha plissada, camisa
branca, marias-chiquinhas enfeitadas com fitas coloridas... Lá vai ele, todo
serelepe, pra vida noturna, disfarçado de normalista, para ensinar aos brutos,
ao seu modo, que não se pode dar a um homem sugestões de como ele deve se
vestir.
Palavra do dia: espada
Dina fez do útero abrigo; do estômago lavoura; do coração
semente, dos olhos água, das mãos arado, colheitadeira, dos pés fogo para cozer
aos seus pequenos. Trazia as cicatrizes das lâminas, mas espada alguma a
derrubava. Vencida as batalhas, deu seu último suspiro nos braços dos filhos
criados.
Palavra do dia: carta
- Cabral, que devo escrever na Carta do Achamento?
- Ora, Pero, escrevas que descobrimos adultos e crianças pelados vivendo com
bichos. Mas usa aquelas linguagens da Idade Média, senão tua carta não entrará
para a história da arte e “Movimentos Anticartas Obscenas” te cassarão a
escrita. Tu queres?
Palavra do dia: carta
Encostou. Transpiravam-lhe as mãos. A boca seca, o coração
acelerado, a confusão, as pernas bambas, o frio na espinha e, ali, na estrada,
quando o policial pediu-lhe a habilitação, fugiu! Alcançado, disse que é
trabalhador, abstêmio e que fugiu porque não tem habilitação, só carta de
motorista.
Palavra do dia: braça
Mediram, somaram, dividiram e concluíram: as cabeças estavam ¼
de braça distantes uma da outra.
Como uma jaca pode cair e atingir os dois?
Peritos buscam entender que bode foi esse de a jaca se espatifar na cabeça da
cabrita e do Zequinha no mesmo instante! Investigam se provocaram tremor no
solo.
Palavra do dia: costureira
Era costureira muito temida. Fez o Aedes Aegypti proliferar na
cidade. Às noites, saía à caça de sapos. Enfiava papéis com nomes dos seus
desafetos nas bocas deles e as costurava.
Ontem, a natureza a viu sofrendo com dengue hemorrágica. A bem da terra, não
gravaram o nome dela na lápide do túmulo.
Palavra do dia: Árvore
Romântico, Enzo sonhou uma liberdade utópica. Fugiu para a
natureza. Com ela identificou-se. Fixou-se ali. Fez parte dela. Viu-se árvore.
Debaixo dela fez o balanço da sua existência. Regresso, concluiu: há sonhos
possíveis. Agora, lança sementes. Quer ser árvore e sombra para quem dele
precisar.
Palavra do dia: governo
Em sufrágio ao frágil governo dos frascos e comprimidos, Né
tomou uma dose relevante de medida provisória e sofreu um permanente ataque
corruptível de memória. Por conta da sua ingestão, perdeu o domínio sobre o que
sabe e o que não sabe. Em apoio ao Né, os governos aderiram ao laxante
Tomarnócu.
--------------------------------------Por Rita Lavoyer ___---------------------------------
2 comentários:
Deus do Céu... a do laxante foi hilária... Que tal uns frascos para certos políticos? HAHAHAHA...
Abraço.
Seria ótimo que só os políticos tomassem Nóku, Célia.
Infelizmente a realidade é outra. O povo é que está tomando.
Postar um comentário