Intolerância
religiosa
Não querendo
ensinar ninguém, mas para que eu não me esqueça, a
palavra
religião vem do latim e quer dizer: “religare” .
Significa que religião é uma possibilidade de o homem se religar a Deus. Às vezes me pergunto
quando foi o primeiro ligamento para que houvesse o desligamento e, posteriormente, (re)ligamento.
A maioria
dos humanos está dividida em comunidades
que comungam as mesmas doutrinas por
identificarem-se com seus fundamentos,
seguindo alguns princípios de educação. Através das práticas religiosas o homem busca satisfação , apoiado em sua fé,
para superar o sofrimento e alcançar a felicidade. Logo, a religião tem por princípio beneficiar a vida.
O que vem
ocorrendo, é que fanáticos religiosos, por não processarem o correto
significado de religião,
promovem agressões físicas, verbais e psicológicas contra os adeptos de outra
comunidade que não comungam o mesmo segmento religioso que os seus, violando os
direitos humanos em sua liberdade de escolha.
Embora a
intolerância abranja todas as religiões, a que mais vem sofrendo
agressões são as de matriz africana, o
que se permite deduzir que a questão está ligada ao racismo. A exemplo dessa
afirmação, uma mãe de Araçatuba perdeu a guarda da filha de 12 anos, após denúncia
anônima não confirmada, de maus tratos, enquanto passava por um ritual de
iniciação do Candomblé.
Lembrei-me da menina de 11 anos que, no
Rio de Janeiro, foi atingida por uma pedra na cabeça quando saía do seu culto. Isso
lá em 2015. Quantos atentados como esse,
contra as pessoas que defendem sus crenças, não
aconteceram antes e depois desse episódio registrado, mas que não foram
divulgados pelas mídias?
Por não existir uma religião oficial
no país, essa violência descaracteriza a laicidade do estado, sobretudo, porque alguns devotos conservadores - cujas doutrinas são de maior evidência social - promovem o
proselitismo e o pouco número de denúncias sobre esses casos favorecem o
crescimento desse tipo de intolerância.
Esse comportamento, típico dos idólatras,
intimida o seu próximo, promovendo-lhe guerra por crer de forma diferente , rompendo
assim o princípio de Paz entre os homens, como deseja a Entidade Superior que
adoram.
Que as autoridades
brasileiras, imbuídas de boa vontade em solucionar conflitos, promovam ,
nos lugares públicos de toda natureza, uma reeducação filosófica à sociedade, e não
catequética, possibilitando religá-la à Paz,
para o bem de todos os credos e do país.
Um quadro
extremo de intolerância religiosa ainda não perpetua no Brasil, mas se nada for feito para que a injustiça e a matança por
“amor a Deus “ não cessar , em pouco
tempo não haverá mais vivos para
celebrar o dia de finados.
Rita de
Cássia Zuim Lavoyer – Araçatuba - SP
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