Poema que recebeu menção honrosa no 1º Concurso Internacional de Literatura Infantil promovido pela Revista Inversos.
SUPERE-SE
Eu sou pequenininha e tenho perninhas finas
Os meus joelhos são grandes, como maçaneta de porta
Mas se as pernas são tortas o que me importa?
Os meus braços são curtos, parecem até que são fraquinhos,
Os abraços que eles dão são sempre apertados.
Eu os deixo bem abertos, nunca estarão cruzados.
Dentro da minha boca há mais aparelho do que dentes.
Mostro tudo num sorriso porque vivo sempre contente.
O meu olho direito é vesgo, o esquerdo, às vezes, me deixa na mão...
Para que olhos perfeitos, se o olhar verdadeiro trago no coração?
Já me chamaram de orelhuda, baixinha, careca e até branquela.
Quanta gente distraída...
Esqueceram-se de dizer q’eu também sou bem magrela.
Minha língua é presa, se falar até gaguejo.
A minha voz é fina, não nasci para cantora,
Sou cabeça dura pras regras, ainda
assim, adoro ser sonhadora.
Vez em quando arrumo confusão quando vou discutir ideias.
Já disse: sou cabeça dura não trago miolo de geleia.
Também sei quando estou errada, quando o outro também está.
Experiência da idade ainda não tenho, logo logo chego lá...
Falo muito bem com o meu “R” retroflexo.
Das minhas qualidades não trago nenhum complexo.
Sabe de uma coisa? Eu não estou
nem aí!
Essa maldade do “bullying”, em mim não pega, não!
Supere-se! Você é maior que isso. Você é imensidão!
Além do mais eu sou assim, como eu sou!
Se me aceitarem, ou não me aceitarem, fazer o quê?
Não me mande receita de mudança.
Deixe-me assim, até eu poder crescer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário