JUDITH SOUZA MACHARETH
Biografia
Nasceu na cidade de Melo Barreto – MG em 12/07/1907 . Filha de Américo Machareth e Dolores Souza
Barbosa que passou a se chamar Dolores Barbosa Machareth após o casamento. Teve 4 irmãos sendo: Milton, Carmem, Maria
Izabel e Napoleão. Fez o curso primário
em Cataguazes terminando-o em Leopoldina, ambas
A PEQUENA IMENSAMENTE
GRANDE
Jovem, porém
com idade madura, fez da educação o seu princípio de vida. Aos 22 anos foi
nomeada professora. Lecionou em várias escolas desta cidade de Araçatuba.
Não cabendo
em si tanto talento, transformava a sua arte de saber em lição de aprendizado
Ensinava
Português, Geografia e História do Brasil. Falava fluentemente o Esperanto e
sonhava vê-lo adotado em todos os países.
Na Loja
Maçônica Tupy, onde funcionava a primeira escola particular de Araçatuba, Judith
atuava como professora e diretora. Não ensinava apenas aos validos, por sua
filosofia deixava-se doar. Concedia bolsas de estudo a muitos humildes, igualando-os
em sua sala.
Tornava grandes os seus pequenos. Nas
comemorações cívicas o seu patriotismo irradiava, encantando os araçatubenses
com sua lealdade à Nação. Orgulhava-se
por apresentar os caderninhos dos alunos a qualquer celebridade que visitasse a
sua escola.
Proporcionava
as crianças encontrar em sua sala de aula um segundo lar. O carinho com que ela
os tratava ajudava-os no aprendizado, pois os amava ante a lição.
Acompanhar a professorinha, a pé, até a sua casa,
carregando-lhe os livros e a caixa de giz, era o prêmio que os pequeninos aguardavam
no final das aulas. Cada dia o troféu era carregado por um.
Muitos de seus
pequenos tornaram-se pessoas renomadas que, tanto quanto ela fazem
parte, hoje, da história de Araçatuba.
Não se
eximiu do dever de ajudar. Foi colaboradora e amiga de Rolando Perri Cefaly e
Benedita Fernandes, coincidiam, pois, suas ideologias. Assumiu, temporariamente,
a secretaria da Associação das Senhoras Cristãs, onde também, aplicava os seus
saberes.
Na sua
condição de mestre soube alfabetizar, instruindo.
Em 1948 colaborou
para a fundação da Aliança Espírita “Varas da Videira” ao lado de grandes
personalidades espíritas desta cidade.
Em 1959
passou a lecionar em sua própria escola que funcionava em sua residência na Rua
Tiradentes. Lecionou no local até 1964. O imóvel, hoje, atende a uma clínica pediátrica.
Aceitou os
fados da vida desencarnando solteira.
Em 1965 uma rua
de Araçatuba recebeu o seu nome; 1976 foi novamente homenageada tendo seu nome
a Escola de 1º Grau Judith Machareth, Rua São Marcos s/n. Outra instituição educacional funciona no
local. Judith Machareth é o seu nome de registro, mas
assinava Souza, em qualquer circunstância, para homenagear a sua mãe.
Há poucos registros sobre a sua passagem, mas
o pouco que se sabe sobre a sua vida faz levedar a admiração da importante
professora-cidadã araçatubense que foi e analisar a extensão da qualidade de
sua influência nos meios em que se fez útil.
Numa época
de barreiras às mulheres, Judith Souza Machareth venceu fronteiras
profissionais e religiosas. Cali não
era somente a sua grafia, mas a doação de si no ministério da caridade, que a
fez sem revelá-la. Pequena de estatura, mas imensamente grande em ações, registrou-se
nas páginas da Educação desta cidade.
Judith
Machareth! O livro da história de Araçatuba está enriquecido com o perfume de
sua lida, cujas lições doadas, tornaram sua alma-mestre ainda mais linda.
Crônica
que compõe a obra “Nos trilhos do centenário – Passageiros de Araçatuba” , Ed.
Somos, 2009.
Autora
Rita de Cássia Zuim Lavoyer
Observação. Para compor esta crônica, obtive ajuda do sobrinho da Judith, o senhor Gladston Machreth, homem que aprendi a admirar por sua inteligência e seu respeito. Amizade que não precisou estarmos presentes para se fortalecer. Nunca o vi, mas sinto não poder apertar-lhe as mãos para dizer-lhe MUITO OBRIGADA, por toda atenção que deu ao meu trabalho, à minha pessoa. Esteja na Paz, meu grande amigo!
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