CLASSIFICAÇÕES EM CONCURSOS LITERÁRIOS

PREMIAÇÕES LITERÁRIAS

2007 - 1ª colocada no Concurso de poesia "Osmair Zanardi", promovido pela Academia Araçatubense de Letras, com a poesia O FILME;

2010 - Menção Honrosa no Concurso Nacional de Contos Cidade de Araçatuba, com o conto A CARTA;

2012 - 2ª classificada no Concurso Internacional de Contos Cidade de Araçatuba, com o conto O BEIJO DA SERPENTE;

2012 - 7ª colocado no concurso de blogs promovido pela Cia dos Blogueiros - Araçatuba-SP;

2014 - tEXTO selecionado pela UBE para ser publicado no Jornal O Escritor- edição 136 - 08/2014- A FLOR DE BRONZE //; 2014 – Menção honrosa Concurso Internacional de Contos Cidade de Araçatuba, com o conto LEITE QUENTE COM AÇÚCAR;

2015 – Menção honrosa no V Concurso Nacional de Contos cidade de Lins, com o conto MARCAS INDELÉVEIS;

2015 - PRIMEIRA CLASSIFICADA no 26º Concurso Nacional de Contos Paulo Leminski, Toledo-PR, com o conto SOB A TERRA SECA DOS TEUS OLHOS;

2015 - Recebeu voto de aplausos pela Câmara Municipal de Araçatuba;

2016 – 2ª classificada no Concurso Nacional de contos Cidade de Araçatuba com o conto A ANTAGONISTA DO SUJEITO INDETERMINADO;

2016 - classificada no X CLIPP - concurso literário de Presidente Prudente Ruth Campos, categoria poesia, com o poema AS TUAS MÃOS.

2016 - 3ª classificada na AFEMIL- Concurso Nacional de crônicas da Academia Feminina Mineira de Letras, com a crônica PLANETA MULHER;

2012 - Recebeu o troféu Odete Costa na categoria Literatura

2017 - Recebeu o troféu Odete Costa na categoria Literatura

2017 - 13ª classificada no TOP 35, na 4ª semana de abril de microconto Escambau;

2017 - Classificada no 7º Concurso de microconto de humor de Piracicaba.

2017 - 24ª classificada no TOP 35, na 2ª semana de outubro de microconto Escambau;

2017 - 15ª classificada no TOP 35, na 3ª semana de outubro de microconto Escambau;

2017 - 1ª classificada no concurso de Poesia "Osmair Zanardi", promovido pela Academia Araçatubense de Letras, com a poesia PERMITA-SE;

2017 - 11ª classificada no TOP 35, na 4ª semana de outubro de microconto Escambau;

2018 - 24ª classificada no TOP 35, na 3ª semana de janeiro de microconto Escambau;

2018 - Menção honrosa na 4ª edição da Revista Inversos, maio/ com o tema Crianças da África - Poesia classificada BORBOLETAS AFRICANAS ;

2018 - 31ª classificada no TOP 35, na 4ª semana de janeiro de microconto Escambau;

2018 - 32ª classificada no TOP 35, na 4ª semana de janeiro de microconto Escambau;

2018 - 5ª classificada no TOP 7, na 1ª semana de junho de microconto Escambau;

2018 - 32ª classificada no TOP 35, na 3ª semana - VII de junho de microconto Escambau;

2019 - Classificada para antologia de suspense -segundo semestre - da Editora Jogo de Palavras, com o texto OLHO PARA O GATO ;

2019 - Menção honrosa no 32º Concurso de Contos Cidade de Araçatuba-SP, com o conto REFLEXOS DO SILÊNCIO;

2020 - 29ª classificada no TOP 35, na 4ª semana - VIII de Prêmio Microconto Escambau;

2020 - Menção honrosa no 1º Concurso Internacional de Literatura Infantil da Revista Inversos, com o poema sobre bullying: SUPERE-SE;

2020 - Classificada no Concurso de Poesias Revista Tremembé, com o poema: QUANDO A SENHORA VELHICE VIER ME VISITAR;

2020 - 3ª Classificada no III Concurso de Contos de Lins-SP, com o conto DIÁLOGO ENTRE DUAS RAZÕES;

2020 - 2ª Classificada no Concurso de crônicas da Academia Mogicruzense de História Artes e Letras (AMHAL), com a crônica COZINHA DE MEMÓRIA

CLASSIFICAÇÕES EM CONCURSOS

  • 2021 - Selecionada para a 6ª edição da revista SerEsta - A VIDA E OBRA DE MANUEL BANDEIRA , com o texto INILUDÍVEL ;
  • 2021 Selecionada para a 7ª edição da revista SerEsta - A VIDA E A OBRA DE CECÍLIA MEIRELES com o texto MEU ROSTO, MINHA CARA;
  • 2021 - Classificada no 56º FEMUP - com a poesia PREPARO A POESIA;
  • 2021 - Classificada na 7ª ed. da Revista Ecos da Palavra, com o poema CUEIROS ;
  • 2021 - Classificada na 8ª ed. da Revista Ecos da palavra, cujo tema foi "O tempo e a saudade são na verdade um relógio". Poema classificado LIBERTE O TEMPO;
  • 2022 - Classificada no 1º Concurso Nacional de Marchinhas de Carnaval de Araçatuba, com as Marchinhas EU LEIO e PÉ DE PITOMBA;
  • 2022 - Menção honrosa na 8ª edição da Revista SerEsta, a vida e obra de Carlos Drummond de Andrade , com o texto DIABO DE SETE FACES;
  • 2022 - Classificada na 10ª ed. Revista Ecos da Palavra, tema mulher e mãe, com o texto PLANETA MULHER;
  • 2022 - Classificada na 20ª ed. Revista Inversos, tema: A situação do afrodescendente no Brasil, com o texto PARA PAGAR O QUE NÃO DEVO;
  • 2022 - Classificada na 12ª ed. Revista Ecos da Palavra, tema Café, com o poema O TORRADOR DE CAFÉ;
  • 2022 - selecionada para 1ª antologia de Prosa Poética, pela Editora Persona, com o texto A FLOR DE BRONZE;
  • 2022 - Selecionada para 13ª edição da Revista Ecos da Palavra, tema MAR, com o poema MAR EM BRAILLE;
  • 2022 - Classificada para 2ª edição da Revista Mar de Lá, com o tema Mar, com o poema MAR EM BRAILLE;
  • 2022 - Classificada para 3ª Ed. da Revista Mar de Lá com o microconto UM HOMEM BEM RESOLVIDO;
  • 2022- Classificada com menção honrosa no 34º Concurso Nacional de Contos Cidade de Araçatuba, com o conto O CORTEJO DA MARIA ROSA;
  • 2022- Classificada pela Editora Persona com o conto policial QUEM É A LETRA L;
  • 2022 - Classificada no Concurso da E-33 Editora, Série Verso e Prosa, Vol.2 Tema Vozes da Esperança, com o poema POR ONDE ANDAS, ESPERANÇA? ;
  • 2023 - Classificada na 15ª edição da Revista Literária ECOS da Palavra, com o poema VENTO;
  • 2023 - Classificada para coletânea de poetas brasileiros pela Editora Persona, com o poema CUEIROS;
  • 2023- Selecionada na 23ª ed. da revista Literária Inversos com tema "Valores Femininos e a relevância do empoderamento e do respeito da mulher na sociedade contemporânea", com o poema ISSO É MULHER;
  • 2023 - Classificada no Concurso de Contos de Humor, Editora Persona, com o conto O PÃO QUE O QUINZIM AMASSOU;
  • 2023 - Classificada no Concurso de Poesias Metafísica do Eu, Editora Persona, com o poema QUERO OLHOS ;
  • 2023 - Selecionada pra a 11ª Edição da Revista SerEsta, A vida e obra de Paulo Leminsk, com o poema EL BIGODON DE CURITIBA ;
  • 2023 - Classificada no 1º concurso de poesia do Jornal Maria Quitéria- BA, com o tema " Mãe, um verso de amor", com o poema UM MINUTO DE SILÊNCIO À ESSAS MULHERES MÃES;
  • 2023 - Selecionada para Antologia literária - Série Verso e Prosa. Vol. 4, tema Vozes da Solidão, editora E-33, com a crônica A MÃE;
  • 2023 - Selecionada para a 9ª ed. da Revista Mar de Lá, como poema O POETA E A AGULHA;
  • 2023 - Classificada no concurso de Prosa Poética , Editora Persona, com o texto QUERO DANÇAR UMA MÚSICA CONTIGO;
  • 2023 - Selecionada para Antologia literária - Série Verso e Prosa. Vol.5, tema Vozes do Sertão, editora E-33, com o poema IMAGEM DE OUTRORA;
  • 2023 - Selecionada para Antologia literária - Série Verso e Prosa. Vol.6, tema FÉ, Editora E-33, com o poema OUSADIA POÉTICA;
  • 2023 - CLASSIFICADA para a Antologia Embalos Literários, Editora Persona, com o conto SEM AVISAR;
  • 2023 - Classificada na 18ª edição da Revista Literária ECOS da Palavra, com o poema FLORES, com o poema O PODER DA ROSINHA;
  • 2023 - Selecionada para Antologia literária - Série Verso e Prosa. Vol.7, tema AMIZADE, Editora E-33, com o poema AMIZADE SINCERA;
  • 2023 - Classificada em 8ª posição no Prêmio Castro Alves, na 33ª ed. Concurso de Poesia com temática Espírita, com o poema SOLIDARIEDADE;
  • 2023 - Selecionada para Antologia literária - Série Verso e Prosa. Vol.8, Vozes da Liberdade, tema , Editora E-33, com o poema REVOADA;
  • 2023 - Classificada para a Antologia Desejos profundos - coletânea de textos eróticos , Editora Persona, com o poema AGASALHA-ME;
  • 2023 - Classificada para antologia Roteiros Adaptados 2023 - coletânea de textos baseados em filmes, Editora Persona, com o texto BARBIE, UMA BONECA UTILITÁRIA;
  • 2023 - PRIMEIRO LUGAR no Concurso , edital 003/2023 - Literatura - seleção de projetos inéditos, promovido pela Secretaria Municipal de Cultura de Araçatuba, com o livro infantojuvenil DENGOSO, O MOSQUITINHO ANTI-HERÓI;
  • 2024 - Selecionada para compor a Coletânea Cronistas Contemporâneo, pela Editora Persona, com o texto A CONSTRUÇÃO DE UMA PERSONAGEM;
  • 2024 - Classificada para 19ª edição da Revista Literária Ecos da Palavra, com o poema A PASSARINHA;
  • 2024 - Classificada para a 13ª edição da Revista Mar de Lá, com o poema O TORRADOR DE CAFÉ;
  • 2024 - Selecionada para compor a Coletânea "Um samba no pé, uma caneta na mão", tema carnaval, pela Editora Persona, com o poema DEIXA A VIDA TE LEVAR;
  • 2024 - Selecionada para compor a coletânea "Revisitando o Passado", promovido pelo Projeto Apparere, com a crônica COZINHA DE MEMÓRIA;
  • 2024 - Selecionada para compor a Coletânea de Poetas Brasileiros,2024, Editora Persona, com o poema IMAGEM DE OUTRORA;
  • 2024 - Selecionada para compor a Antologia JOGOS DO AMOR, promovida pela Revista Conexão Literária, com o tema O jogo do amor, poema classificado: TENHO MEDO;
  • 2024- Selecionada para 20ª ed. da Revista Literária Ecos da Palavra, com o tema INFÂNCIA, com o poema DEBAIXO DE UMA LARANJEIRA;

terça-feira, 30 de maio de 2023

COLETÂNEAS

 Coletâneas com textos classificados







A MÃE

 Crônica classificada para a  Antologia literária - Série Verso e Prosa - Vol. 4 "Vozes da Solidão" , pela E-33 Editora. 





A MÃE  

 

Hoje ela é sogra. Quando se casou levou consigo o seu diploma, pois fora ele a razão do seu matrimônio tardio. Numa época em que à mulher eram dadas poucas oportunidades profissionais, ela não se abateu. Foi à luta e conquistou o seu espaço. Era moderna para o seu tempo.

O filho demorou a vir. O marido, já envelhecido, não o viu formado, não houve tempo para esse sonho do casal; ela, sozinha, fez as vezes de pai e de mãe. Eram os dois, filho e mãe em um só, ambos se completavam na ausência daquele que se foi deixando-os na saudade.

E ele veio. O amor veio ao encontro do filho que ela tanto ama. Ela ficava feliz por vê-lo amadurecido, destacando sua vaidade sempre que tinha um encontro marcado com a namorada.

         Ela, a namorada, foi conhecê-la. O olhar da mãe procurou o daquela moça, mas não o encontrou na ternura que pretendia. Os olhos frios da futura nora correram de cima a baixo o corpo daquela mãe sempre presente. Cabia-lhe opinar a respeito da moça para o filho tão apaixonado? Como soariam suas palavras aos ouvidos daquele enamorado com o coração tão cheio de amor?

       O filho marcou o casamento, formaria família agora. Ela ficaria. A mãe ficaria em sua casa, pois ao filho cabe bater as asas.

        Ele se foi, deixando numa sala uma mulher completamente sem fala. Era costume dela deixar a porta destrancada para o filho entrar sem precisar bater.
      Demorou visitá-la. Quando o fez, encontrou-a mais envelhecida num silêncio que destoava do ranger de sua cadeira de balanço, que lhe possibilitava dormir com a cabeça pendida sobre um dos ombros. O vestido dela apresentava manchas que ele identificou como sendo de leite com chocolate. A boca dela estava suja. Percebeu que há dias ela não se higienizava.

- Mãe? Acorda mãe. Sou eu.

Ele a beijou na testa e o calor do contato fez com que ela acordasse daquele sono de saudade. Veio sozinho, a esposa não o acompanhou à visita, mas mandou lembranças.

A visita foi rápida, a tempo de dar um banho na mãe e deixar as roupas dela de molho e, mais uma vez, deixou naquela sala uma mulher completamente sem fala.

A distância entre os dois foi aumentando e a mãe já não podia falar dela para o filho e nem o filho, sobre ele, à mãe.
          Ele voltou um dia, mas primeiro vieram as doenças da solidão e, naquele lar de outrora, tornaram-se assíduas moradoras. Doenças e filho não se entenderam, elas ficaram com a mãe, o filho foi embora.

O tempo passou muito rápido e um neto ela queria ver. Mas não o viu, a visão também resolveu deixá-la. Levaram-na para algum lugar onde alguém cuidaria dela.
          O tempo passou mais rápido ainda. Quando foram buscá-la o neto já andava e falava muito bem.

– Ela não está mais entre nós, há semanas. Tentamos avisá-lo, o celular que deixou no cadastro não atendeu nenhuma vez. Não o encontramos.
          – Fomos viajar, minha mãe queria aproveitar os últimos dias bons da vida dela antes que a minha avó viesse morar com a gente - disse o neto à diretora do abrigo. – Pai, avisa a mamãe que ela pode começar a viver de novo, porque a vó morreu.

Hoje ela já não é mais a sogra, nem a mãe, nem a avó.

          Ao filho não restou mais nenhuma oportunidade de beijar a testa da sua velha mãe e, na sala daquele abrigo, prostou-se um filho completamente sem fala. Sobrou-lhe arrumar a documentação que o asilo já tinha adiantado e recolher os pertences da falecida. De valor, somente o álbum de fotos que ela tirava com o filho, enquanto viveram juntos. Ele sabia que ela se perderia de si quando a solidão a encontrasse. Sabia também que sem ele, ela não encontraria sua alma que aos poucos tomava outro rumo.

          Ele sabia sobre ela. Eram fiéis confidentes, até se separarem.  

 Rita de Cássia Zuim Lavoyer 

sexta-feira, 26 de maio de 2023

Um minuto de silêncio à essas mulheres-mães.

 POEMA CLASSIFICADO NO 1º CONCURSO DE POESIA DO JORNAL MARIA QUITÉRIA - BA, 2023


Um minuto de silêncio  a essas mulheres-mães.

                                                                                       Rita de Cássia Zuim Lavoyer 

Um minuto de silêncio! – Gritou a parturiente, que no martírio do parto,

da mulher uma cruz, pressentiu que à outra estava dando à luz.

No tormentoso instante, sua história se tornou a da infante.

 

Santa oração proteja, no seu silêncio, quem está para nascer  

e a sua luta, pois sendo menina-mulher pouco a deixarão falar,

porquanto o futuro dependerá dela e de sua labuta.

 

Oh, oração tecida nas rédeas do rosário, a menina-moça tem carne à mostra,

proteja-lhe a castidade. “ – Deve virar mulher! Passou da hora!

Não importa se gosta ou quer. Tendo esposo honrará o título de senhora”.

 

Com filhos nos braços, feridas na alma e estigmas na carne,

essa fortaleza aprendeu, sem alarme, engolir muita pobreza.

Pau para toda obra. Quanto mais ela se cala, mais a vida lhe cobra.

 

O senhorio com quem a casaram partiu. Ela abraçou os filhos, foi arrimo,

resistiu e orou. Oh, oração da saúde, ajude-a a carregar as doenças

que a acometeram. Ela semeou o pão, sua prole e a vida o comeram. 

 

Com salário de fome sustenta tantos homens...

Amparou-se no suporte do sigilo, no asilo do silencio que a clama,

veja!, ela doa suas sobras, para ver livres aqueles que tanto ama.

 

Oh, oração serena, que ela faz quando se deita para descansar.

Que seu corpo não pare agora, seria um contrassenso,

ela sabe que a vida ainda quer muitos anos do seu silêncio.

 

Oh, oração infinita, nesta mártir infligiram-lhe uma cruz.

Acreditou estar na privação a salvação da sua vida.

Virou empecilho. Nada lhe restou além do amor aos seus filhos.   

 

Encerra-se aqui a sua história! Agora não reza mais.

Eleve-a em sua glória. Que seja ela exemplo, luz e abertura

às vozes de suas iguais, interrompidas numa vida de clausura!

 

Um minuto de silêncio à essas mulheres-mães tão castiças

que se foram e, como elas ainda se vão, por receberem do sistema

que as submete, como legado, a injustiça e a solidão.

 


 

 

sexta-feira, 19 de maio de 2023

EL BIGODON de CURITIBA

 

EL BIGODON DE CURITIBA  

                                                                          Autoria – Rita de Cássia Zuim Lavoyer

Este poeta, por exemplo,

não nasceu para ser solução.

Nasceu para leminkar, ser proema,

um inventor de problema poema.

No fundo, no fundo

nenhum decreto curitibano

o resolveria.  

Pra que revogar-lhe o título de

“Elegante dolorido”

se é essa sua razão de ser?!

Não discuta

o indiscutível

o que pintar

El Bigodon assina,

em mimeógrafo,

lá em Curitiba.

“Não é assim que é a vida?”


Baseado nas obras do autor






https://revistaseresta.blogspot.com/

SELECIONADOS NO
11º CONCURSO DA REVISTA SERESTA
A VIDA E A OBRA DE PAULO LEMINSKI
ALINE PERUZZO – Mauá / SP
AMÉLIA LUZ – Pirapetinga / MG
ANA LAURA PAVANI – Ibaté /SP
ANA LINS – Mauá / SP
ANNE CAROLINE OLIVEIRA DOS SANTOS – Salgueiro / PE
BERNARDO SANTOS – São Caetano do Sul / SP
BRUNNO VIANNA – Rio de Janeiro / RJ
CAMILA FRAISOLI – Artur Nogueira / SP
CARLOS NUNES – Curitiba / PR
CLENIO F. SALVIANO – Campinas / SP
CRIS VIEIRA – Diamantina / MG
DAVID EHRLICH – Curitiba / PR
EDWEINE LOUREIRO – Saitama / Japão
ELIZABETH SENRA GUESSADA – Boston – Massachusetts / EUA
ENI ILIS – Campinas / SP
EVELYN RODRIGUES – Osasco / SP
GERMÁ MARTINS – Tarrafas / CE
GISELA PEÇANHA – Niterói / RJ
KARINE ELIAS – Diamantina / MG
KLAUS - Indaiatuba / SP
MONIZE LUIZ SANTOS – São José do Rio Preto / SP
OLIVALDO JÚNIOR – Mogi Guaçu / SP
PATRÍCIA DE CAMPOS OCCHIUCCI – Mogi Guaçu / SP
RAQUEL ZICHELLE – São Paulo / SP
REGIANE SILVA – Belford Roxo / RJ
RITA DE CÁSSIA ZUIM LAVOYER – Araçatuba / SP
ROBINSON SILVA ALVES – Coaraci / BA
ROQUE ALOISIO WESCHENFELDER – Santa Rosa / RS
RUAN VIEIRA – Propriá / SE
SINVAL FARIAS - Fortaleza / CE

 

terça-feira, 9 de maio de 2023

QUERO OLHOS

 POEMA CLASSIFICADO NO CONCURSO PROMOVIDO PELA EDITORA PERSONA

PARA COLETÂNEA DE POEMAS METAFÍSICA DO EU, INTIMISTA E EXISTENCIALISTA. 












QUERO OLHOS

 

 Rita de Cássia Zuim Lavoyer

 

Quero olhos que me enfeitem a face

esta que vejo com olhos miúdos.

Quero olhos que vejam bem longe

lá, onde ainda não inventaram, mas vou.  

Quero olhos que falem comigo

aquilo que já sei e precisa silêncio.

Quero olhos que ouçam e sigam

meus passos na marcha que já decidi.

Quero olhos que sintam

minhas lentes por dentro e por fora.

Quero olhos cujos óculos sejam apenas enfeites

que não irão falhar, me deixando na mão.

Quero olhos de um lado e de outro

para fazer os trabalhos que preciso concluir.

Quero olhos grandes para enxergar maior

o melhor que eu conseguir ver.

Quero olhos ágeis em suas ações – sinestésicos.

Quero esses olhos.

Veja! Quero esses olhos.

 


quarta-feira, 3 de maio de 2023

A gastronomia na literatura

 

A GASTRONOMIA NA LITERATURA



 







Por Rita Lavoyer

            Há entre as artes duas que me compõem: a Literatura e a Gastronomia. Os atos de ler, de escrever, de preparar refeições, depois ler e compor degustando o que preparei tornaram-se meus distintos hábitos de rotinas. Tenho outros hábitos bons, porém não tão distintos.  Confesso, sem modéstia alguma, que os pratos que preparo, por mais simples que sejam, são exímias composições gastronômicas.

            Como Tecnóloga em Gastronomia ligada à Literatura, enquanto leio um livro, afundo-me nas páginas com fome de abocanhar o momento em que o alimento aparece, apreciando o modo como ele é abordado na trama. Em algumas situações ele surge para mostrar a cultura e os hábitos de um povo, a classe social dos personagens. O contexto em que está inserido na obra revela o período político social em que a história se passa e, quando não, o alimento é o próprio personagem ou a comunicação entre o leitor e ele, ajudando a narrativa funcionar.   

            Considero o pensamento de Sophie Bessis, citada em diversas pesquisas da antropóloga Maria Eunice Maciel, o resumo ideal para o que digo aqui:  “Dize-me o que comes e te direi qual deus adoras, sob qual latitude vives, de qual cultura nascestes e em qual grupo social te incluis. A leitura da cozinha é uma fabulosa viagem na consciência que as sociedades têm delas mesmas, na visão que elas têm de sua identidade.”

            O alimento enquanto produto cultura é também histórico-literário, com variado cardápio de significados, portador de ideologias e valores que determinam o estrato social de como ele é distribuído. Foi servido na Bíblia, pelos poetas gregos e por muitos escritores que fizeram do alimento capítulos importantes em suas obras.

            Os escritores que apresentam a culinária dos povos, a cena das refeições e como os personagens se reúnem, de que maneira se comportam e o que conversam ao redor da mesa, valorizam não somente a cultura deles, mas a própria, ajudando os leitores a entenderem a formação da identidade daqueles povos, daqueles tempos da narrativa.

            Enquanto para alguns pensadores comer é uma necessidade para o homem sobreviver, para outros ele vive para comer. Entende-se que cada grupo de comensal sobrevive de uma forma particular.  Dessa forma, o que se come, como se come, com quem se come, quantas vezes se alimenta e por que se alimenta são perguntas cujas respostas foram preparadas por alguns escritores e as encontraremos deleitando-nos com algumas de suas obras literárias, cada qual com  seus estilos e suas particularidades.   

            Entre tantos escritores que valorizaram o alimento em suas obras, resumo aqui  lista com Eça de Queiroz ( O primo Basílio, O crime do padre Amaro); José de Alencar ( O Guarani, Lucíola); Graciliano Ramos (Vidas Secas); Raquel de Queiroz (O Quinze)  Jorge Amado (Gabriela Cravo e Canela, Tieta do Agreste, Dona Flor e seus dois maridos entre outros); Monteiro Lobato ( com as delícia da Tia Nastácia em O Sítio do Picapau amarelo); Machado de Assis (A cocada em Dom Casmurro, Quincas Borba);  José Almeida Junior (  O homem que odiava Machado de Assis - e a galinha nojenta preparada pela Carolina);  Aluísio de Azevedo (O Cortiço); Milton Hatoum (Dois irmãos); Rubem Alves ( Concerto para corpo e alma); Itamar Vieira Junior (Torto arado);   Gabriel Garcia Marques (Cem anos de solidão); Mônica Sifuentes (Um Poema para Bárbara -  e o banquete das delicia mineiras); Carla Madeira (Tudo é rio -  e suas empadinhas e o empadão); Isabel Allende (A casa dos espíritos, Retrato em Sépia) entre outros.  Há os poetas, os filmes, e num aspecto mais pragmático destaca-se Luís da Câmara Cascudo com o livro História da alimentação no Brasil. Só fico nesses, por enquanto, senão o texto ficará muito extenso.  

            Para encerrar essa escrita sobre um assunto tão delicioso, cito Rubem Alves, que em seu livro  “Concerto para corpo e alma” - um deleite literário gastronômico-,   sugere aos psicanalistas  com interesse freudiano pelos sonhos, se interessarem também pelos hábitos alimentares dos seus pacientes e termina “o que você come revela o que você é”!  E não é?

            Ler também é ato de conhecermos pratos que ainda não degustamos. Ele pode ficar na nossa memória,  afinal o sabor também pode ser encontrado no que se lê. Quando for ler, faça com gosto.

          

 Referências 

1-      ALVES, Ruben. Concerto para corpo e alma: 17.  ed. Campinas, SP: Papirus, 2012. p.65

2-   MACIEL, M. E. Olhares antropológicos sobre a alimentação. Identidade cultural e alimentação. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://books.scielo.org/id/v6rkd/pdf/canesqui-9788575413876-03.pdf. Acesso em:  02 de mai. de 2023