CLASSIFICAÇÕES EM CONCURSOS LITERÁRIOS

PREMIAÇÕES LITERÁRIAS

2007 - 1ª colocada no Concurso de poesia "Osmair Zanardi", promovido pela Academia Araçatubense de Letras, com a poesia O FILME;

2010 - Menção Honrosa no Concurso Nacional de Contos Cidade de Araçatuba, com o conto A CARTA;

2012 - 2ª classificada no Concurso Internacional de Contos Cidade de Araçatuba, com o conto O BEIJO DA SERPENTE;

2012 - 7ª colocado no concurso de blogs promovido pela Cia dos Blogueiros - Araçatuba-SP;

2014 - tEXTO selecionado pela UBE para ser publicado no Jornal O Escritor- edição 136 - 08/2014- A FLOR DE BRONZE //; 2014 – Menção honrosa Concurso Internacional de Contos Cidade de Araçatuba, com o conto LEITE QUENTE COM AÇÚCAR;

2015 – Menção honrosa no V Concurso Nacional de Contos cidade de Lins, com o conto MARCAS INDELÉVEIS;

2015 - PRIMEIRA CLASSIFICADA no 26º Concurso Nacional de Contos Paulo Leminski, Toledo-PR, com o conto SOB A TERRA SECA DOS TEUS OLHOS;

2015 - Recebeu voto de aplausos pela Câmara Municipal de Araçatuba;

2016 – 2ª classificada no Concurso Nacional de contos Cidade de Araçatuba com o conto A ANTAGONISTA DO SUJEITO INDETERMINADO;

2016 - classificada no X CLIPP - concurso literário de Presidente Prudente Ruth Campos, categoria poesia, com o poema AS TUAS MÃOS.

2016 - 3ª classificada na AFEMIL- Concurso Nacional de crônicas da Academia Feminina Mineira de Letras, com a crônica PLANETA MULHER;

2012 - Recebeu o troféu Odete Costa na categoria Literatura

2017 - Recebeu o troféu Odete Costa na categoria Literatura

2017 - 13ª classificada no TOP 35, na 4ª semana de abril de microconto Escambau;

2017 - Classificada no 7º Concurso de microconto de humor de Piracicaba.

2017 - 24ª classificada no TOP 35, na 2ª semana de outubro de microconto Escambau;

2017 - 15ª classificada no TOP 35, na 3ª semana de outubro de microconto Escambau;

2017 - 1ª classificada no concurso de Poesia "Osmair Zanardi", promovido pela Academia Araçatubense de Letras, com a poesia PERMITA-SE;

2017 - 11ª classificada no TOP 35, na 4ª semana de outubro de microconto Escambau;

2018 - 24ª classificada no TOP 35, na 3ª semana de janeiro de microconto Escambau;

2018 - Menção honrosa na 4ª edição da Revista Inversos, maio/ com o tema Crianças da África - Poesia classificada BORBOLETAS AFRICANAS ;

2018 - 31ª classificada no TOP 35, na 4ª semana de janeiro de microconto Escambau;

2018 - 32ª classificada no TOP 35, na 4ª semana de janeiro de microconto Escambau;

2018 - 5ª classificada no TOP 7, na 1ª semana de junho de microconto Escambau;

2018 - 32ª classificada no TOP 35, na 3ª semana - VII de junho de microconto Escambau;

2019 - Classificada para antologia de suspense -segundo semestre - da Editora Jogo de Palavras, com o texto OLHO PARA O GATO ;

2019 - Menção honrosa no 32º Concurso de Contos Cidade de Araçatuba-SP, com o conto REFLEXOS DO SILÊNCIO;

2020 - 29ª classificada no TOP 35, na 4ª semana - VIII de Prêmio Microconto Escambau;

2020 - Menção honrosa no 1º Concurso Internacional de Literatura Infantil da Revista Inversos, com o poema sobre bullying: SUPERE-SE;

2020 - Classificada no Concurso de Poesias Revista Tremembé, com o poema: QUANDO A SENHORA VELHICE VIER ME VISITAR;

2020 - 3ª Classificada no III Concurso de Contos de Lins-SP, com o conto DIÁLOGO ENTRE DUAS RAZÕES;

2020 - 2ª Classificada no Concurso de crônicas da Academia Mogicruzense de História Artes e Letras (AMHAL), com a crônica COZINHA DE MEMÓRIA

CLASSIFICAÇÕES EM CONCURSOS

  • 2021 - Selecionada para a 6ª edição da revista SerEsta - A VIDA E OBRA DE MANUEL BANDEIRA , com o texto INILUDÍVEL ;
  • 2021 Selecionada para a 7ª edição da revista SerEsta - A VIDA E A OBRA DE CECÍLIA MEIRELES com o texto MEU ROSTO, MINHA CARA;
  • 2021 - Classificada no 56º FEMUP - com a poesia PREPARO A POESIA;
  • 2021 - Classificada na 7ª ed. da Revista Ecos da Palavra, com o poema CUEIROS ;
  • 2021 - Classificada na 8ª ed. da Revista Ecos da palavra, cujo tema foi "O tempo e a saudade são na verdade um relógio". Poema classificado LIBERTE O TEMPO;
  • 2022 - Classificada no 1º Concurso Nacional de Marchinhas de Carnaval de Araçatuba, com as Marchinhas EU LEIO e PÉ DE PITOMBA;
  • 2022 - Menção honrosa na 8ª edição da Revista SerEsta, a vida e obra de Carlos Drummond de Andrade , com o texto DIABO DE SETE FACES;
  • 2022 - Classificada na 10ª ed. Revista Ecos da Palavra, tema mulher e mãe, com o texto PLANETA MULHER;
  • 2022 - Classificada na 20ª ed. Revista Inversos, tema: A situação do afrodescendente no Brasil, com o texto PARA PAGAR O QUE NÃO DEVO;
  • 2022 - Classificada na 12ª ed. Revista Ecos da Palavra, tema Café, com o poema O TORRADOR DE CAFÉ;
  • 2022 - selecionada para 1ª antologia de Prosa Poética, pela Editora Persona, com o texto A FLOR DE BRONZE;
  • 2022 - Selecionada para 13ª edição da Revista Ecos da Palavra, tema MAR, com o poema MAR EM BRAILLE;
  • 2022 - Classificada para 2ª edição da Revista Mar de Lá, com o tema Mar, com o poema MAR EM BRAILLE;
  • 2022 - Classificada para 3ª Ed. da Revista Mar de Lá com o microconto UM HOMEM BEM RESOLVIDO;
  • 2022- Classificada com menção honrosa no 34º Concurso Nacional de Contos Cidade de Araçatuba, com o conto O CORTEJO DA MARIA ROSA;
  • 2022- Classificada pela Editora Persona com o conto policial QUEM É A LETRA L;
  • 2022 - Classificada no Concurso da E-33 Editora, Série Verso e Prosa, Vol.2 Tema Vozes da Esperança, com o poema POR ONDE ANDAS, ESPERANÇA? ;
  • 2023 - Classificada na 15ª edição da Revista Literária ECOS da Palavra, com o poema VENTO;
  • 2023 - Classificada para coletânea de poetas brasileiros pela Editora Persona, com o poema CUEIROS;
  • 2023- Selecionada na 23ª ed. da revista Literária Inversos com tema "Valores Femininos e a relevância do empoderamento e do respeito da mulher na sociedade contemporânea", com o poema ISSO É MULHER;
  • 2023 - Classificada no Concurso de Contos de Humor, Editora Persona, com o conto O PÃO QUE O QUINZIM AMASSOU;
  • 2023 - Classificada no Concurso de Poesias Metafísica do Eu, Editora Persona, com o poema QUERO OLHOS ;
  • 2023 - Selecionada pra a 11ª Edição da Revista SerEsta, A vida e obra de Paulo Leminsk, com o poema EL BIGODON DE CURITIBA ;
  • 2023 - Classificada no 1º concurso de poesia do Jornal Maria Quitéria- BA, com o tema " Mãe, um verso de amor", com o poema UM MINUTO DE SILÊNCIO À ESSAS MULHERES MÃES;
  • 2023 - Selecionada para Antologia literária - Série Verso e Prosa. Vol. 4, tema Vozes da Solidão, editora E-33, com a crônica A MÃE;
  • 2023 - Selecionada para a 9ª ed. da Revista Mar de Lá, como poema O POETA E A AGULHA;
  • 2023 - Classificada no concurso de Prosa Poética , Editora Persona, com o texto QUERO DANÇAR UMA MÚSICA CONTIGO;
  • 2023 - Selecionada para Antologia literária - Série Verso e Prosa. Vol.5, tema Vozes do Sertão, editora E-33, com o poema IMAGEM DE OUTRORA;
  • 2023 - Selecionada para Antologia literária - Série Verso e Prosa. Vol.6, tema FÉ, Editora E-33, com o poema OUSADIA POÉTICA;
  • 2023 - CLASSIFICADA para a Antologia Embalos Literários, Editora Persona, com o conto SEM AVISAR;
  • 2023 - Classificada na 18ª edição da Revista Literária ECOS da Palavra, com o poema FLORES, com o poema O PODER DA ROSINHA;
  • 2023 - Selecionada para Antologia literária - Série Verso e Prosa. Vol.7, tema AMIZADE, Editora E-33, com o poema AMIZADE SINCERA;
  • 2023 - Classificada em 8ª posição no Prêmio Castro Alves, na 33ª ed. Concurso de Poesia com temática Espírita, com o poema SOLIDARIEDADE;
  • 2023 - Selecionada para Antologia literária - Série Verso e Prosa. Vol.8, Vozes da Liberdade, tema , Editora E-33, com o poema REVOADA;
  • 2023 - Classificada para a Antologia Desejos profundos - coletânea de textos eróticos , Editora Persona, com o poema AGASALHA-ME;
  • 2023 - Classificada para antologia Roteiros Adaptados 2023 - coletânea de textos baseados em filmes, Editora Persona, com o texto BARBIE, UMA BONECA UTILITÁRIA;
  • 2023 - PRIMEIRO LUGAR no Concurso , edital 003/2023 - Literatura - seleção de projetos inéditos, promovido pela Secretaria Municipal de Cultura de Araçatuba, com o livro infantojuvenil DENGOSO, O MOSQUITINHO ANTI-HERÓI;
  • 2024 - Selecionada para compor a Coletânea Cronistas Contemporâneo, pela Editora Persona, com o texto A CONSTRUÇÃO DE UMA PERSONAGEM;
  • 2024 - Classificada para 19ª edição da Revista Literária Ecos da Palavra, com o poema A PASSARINHA;
  • 2024 - Classificada para a 13ª edição da Revista Mar de Lá, com o poema O TORRADOR DE CAFÉ;
  • 2024 - Selecionada para compor a Coletânea "Um samba no pé, uma caneta na mão", tema carnaval, pela Editora Persona, com o poema DEIXA A VIDA TE LEVAR;

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

PREPARO A POESIA

Preparo a poesia
Rita de Cássia Zuim Lavoyer

           Já registrei neste espaço o quão extraordinário é o poder que a escrita exerceu e vem exercendo sobre as civilizações. Expressar-se pela escrita também pode ser um analgésico, um alívio para alma. A escrita pode ser um alimento, uma visita, uma lição, uma  fuga, um abrigo, um toque nas mãos. 

            Mas não é só por causa disso que eu escrevo. Escrevo porque eu já decidi há muito tempo: quero ser poeta.  Não apenas para fazer versos, mas para desfazer meus hábitos diariamente e me viciar em outros que me proporcionem experimentar o malefício dos vícios,  para deles poder falar com propriedades e apontar razões pelas quais, com eles, fiquei satisfeita ou não, expondo minha condição humana de descontente, também, comigo mesma, com a certeza de que quero ser poeta, não para que a sociedade me veja, mas que eu consiga, por mim, me enxergar melhor dentro dela, amparando o peso das minhas palavras e libertar os significados de cada uma que eu escolhi a dedo para preencher-me os ombros e alicerçar os meus pés.

            Escrevo para que o efêmero da beleza que eu conseguir expor em um verso curto seja, ainda que ligeiro aos olhos de um leitor (eu), real.
            Não quero que o meu existir poético seja uma função, mas um dever  de me preparar para a poesia e ela poder me residir, e eu nela na recíproca função de cidade e cidadã, ou criadora e criatura.   

            Quero ir para o caminho onde o predicado que declara algo sobre o sujeito seja o poeta, e que eu saiba fazer e dar às suas mãos (do poeta) que afagam a mesma potência para surrar e esmagar aqueles dias que me enchem de vontade de parar tudo e, depois do meu feito,  fazer algo que nunca fiz e sentir o que nunca senti com o dom renovável que a poesia sabe proporcionar.

            Quero continuar estudando a vida – a minha - e o que a influencia e, todos os dias, preparar uma poesia onde eu possa, verdadeiramente, ser ela. 
            Pode escrever aí: um dia serei poeta e prepararei a poesia com a certeza de que nela -na minha-  eu possa ficar e assim vou preparando.... 


Preparo a poesia como quem, ao filho, prepara o alimento:
para  que o prato não desande, seleciono os melhores ingredientes
e ele  sorria, premiando meu coração, quando o experimentar!

Preparo a poesia como quem prepara a casa para a visita:
limpo, coloco a mobília nos devidos lugares e em cálida acolhida lhe servirei café fresco para  que se sinta bem e queira voltar.     

Preparo a poesia como um mestre prepara a matéria de uma aula:
escolho o melhor tema e  reúno recursos que alicercem a argumentação despertando  nos  discípulos o  interesse pela poética.   
     

Preparo a poesia como quem prepara a mala para sair de férias:
nada pode ficar para trás, mas sendo o espaço pequeno
resumo minhas necessidades, encaixando-as na bagagem.

Preparo a poesia como quem espera pelo início da Primavera:
a dispersão do pólen pela natureza  nesta estação
aumenta-me os desejos e renova-me o cio para fazer vida nova.

 Preparo a poesia como quem prepara o filho para a formatura:
ato-lhe  a gravata, tiro um pó invisível do blazer
agradeço-o por todo seu  saber e ofereço-lhe, orgulhosa, o meu sorriso.

Preparo a poesia como uma visita se
prepara para ser bem recebida
por seu anfitrião e, depois,  o seduz a ciceroneá-la.  
  
Preparo a poesia como quem  estudou a poética
e faz desta arte tema de todas as épocas da História.
História também de minha vida.

Preparo a poesia como quem prepara um  refúgio,
como nauta sabe que vai partir para um novo porto.
Por isso a preparo: porque sei que nela posso ficar... 


domingo, 29 de janeiro de 2017

MICROCONTOS - Palavras do dia:

Microcontos: Por Rita Lavoyer

Palavra do dia 29/01/2017: Quadrado

Ordenou à esposa que lhe comprasse uma camisa xadrez para dançar quadrilha. Ela preferiu uma listrada. Xingada de quadrada, experimentou a ignorância do marido. Sabedora de seus direitos, ela o mandou para o xadrez: dançou.  Agora, ele divide o quadrado com uma quadrilha que usa uniforme listrado.  

#microcontoescambau
#concorrendo

Palavra do dia 28/01/2017: Criança

Quando criança, arredia, aprendeu, sem trauma, o que queria com os meninos da rua. Hoje, mulher vulnerável, lembra-se da menina assistida pelos profissionais que a descobriram na época. No torpor da solidão, busca a imagem do homem que ela teve e que a justiça condenou por tê-la ensinado a amar.

#microcontoescambau
#concorrendo


Palavra do dia 27/-1/2017: Ferradura(s)

O menino queria voar, galgar no tempo, vencer o abismo que o separava do futuro. Treinava com sua Espaçonave – seu primeiro amor - e, num dia de certeza, beijou-lhe as quatro patas e conferiu as ferraduras. Agarrado à crina do seu veículo espacial: voou. Do outro lado, ambos viraram passarinhos. 

#microcontoescambau
#concorrendo


Palavra do dia 26/01/2017: Domador

Os filhos tinham o pai como workaholic retrógrado, domador de despesas e o acusavam de aprisioná-los à sua sombra. Cansado, o velho está desempregado. A família, dominada pelas luzes da realidade, descobre sua caverna. Lá, vive à sombra do que lhe convém, com medo das portas abertas pelo pai. 

#microcontoescambau
#concorrendo


Palavra do dia 25/01/2017: Humano(s)

Zeca, cansado de ser zoado na escola, desceu o braço em seu ofensor. Na direção, o pai, envergonhado, disse que sempre ensina o filho a respeitar os seres humanos. Após a aula, Zeca experimentou calado o gosto da surra que seu pai, diariamente, lhe oferece, como lição, para aprender a virar gente.

#microcontoescambau
#concorrendo


Palavra do dia 24/01/2017: Trem

Pediu pão, o pai deu-lhe escorpião.  Pediu caderno, deu-lhe cobra. Pediu agasalho, deu-lhe escarro. No último pedido ganhou uma passagem apenas de ida. O filho entrou no trem que saía às 11 horas para encontrar-se com a mãe, que dormiria, pela primeira vez, sossegada com a chegada do filho único.

#microcontoescambau
#concorrendo


Palavra do dia 23/01/2017-  Cabo

O Cabo jurou jamais dedurar um amigo de farda.
Imobilizado por seis encorpados Sargentos, e na posição em que Napoleão perdeu a guerra, tremeu:
- Tragam o cabo de rodinho, quero ver se ele não confessa!
- Não, Capitão! Eu confesso! Foi o General que comeu a sua maria-mole que estava na geladeira.


--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Por Rita Lavoyer


terça-feira, 24 de janeiro de 2017

MICROCONTOS - Palavras do dia


Por Rita Lavoyer


Palavra do dia 22/01/2017 : Parede

A pouca audição, a tontura e o desequilíbrio tornaram-se risco à moça que ouvia os sons do próprio corpo. Zumbidos vibravam-lhe as paredes dos ouvidos. Desesperada, invadiu sua mente e, perdida ali, foi imprensada contra os muros dos seus labirintos. Surda, só eles lhe são todo ouvidos. 
#microcontoescambau
#concorrendo


Palavra do dia 21/01/2017: Trança

É menina de trança farta, boca suja de manga, joelhos ralados e dente que acabou de cair. Criança de nove horas e de muitas outras. Não me conte outro jeito de ser feliz. Gosto de ser assim, não me dói nada. Lembrar-me de mim ajuda a nascer meus cabelos levados pela doença que já está indo embora.
#microcontoescambau
#concorrendo


Palavra do dia 20/01/2017: OCUPAÇÃO

João Caveira traz um coração tão vagabundo que a sua única ocupação é bater. Bate na mulher, nos filhos e no cachorro, há tempo despejados da sua vida. Só não bate na sogra porque, não tendo ela função alguma, vive ocupada, cuidando do coração desocupado do genro, com quem sonha várias ocupações.
#microcontoescambau
#concorrendo


Palavra do dia 19/01/2017-=  COMIDA

Quando criança, ia à igreja, comungava e ouvia que o alimento que saciava o corpo não era o mesmo que alimentava a alma. Adulta, conhecendo sua anatomia, e não encontrando nenhuma comida nos "fast-foods" da vida que satisfizesse seu corpo, virou canibal e sua alma nunca mais experimentou a fome.



Palavra do dia 18/01/2018: Livro(s)

Apaixonado por carros possantes e sem saber o que fazer com os livros que ganhava, Ricardinho  usou-os como apoio para levantar uma de suas paixões de pneu furado. Quis entrar embaixo da máquina. Os livros, não sustentando tamanha imbecilidade, encerraram ali uma história inútil à humanidade. 
#microcontoescambau
#concorrendo


Palavra do dia 17/01/2017: MARÉ

Ele conhece o mar através dos seus dedos no relevo do braile. Quando a maré de saudade daquela imagem arrebenta-lhe n’alma, seus olhos de seca visão viram nascentes de água salgada. Ela escorre em sua face, vira onda e dissolve na praia da sua boca. Ali, ele sente o som dos movimentos das águas.   
#microcontoescambau
#concorrendo


Palavra do dia 16/01/2017: JUIZ

O homem elegeu-se, com único voto, a juiz da sua comarca. Compete-lhe acusar, julgar e condenar os semelhantes por suas peculiaridades. À noite, faz o balanço de seus méritos e dorme tranquilo sobre sua cama em construção. Acordada, sua consciência o trai com a justiça até o dia amanhecer.   
#microcontoescambau
#concorrendo


Palavra do dia 15/01/2017: GAIVOTA

A gaivota traz a alegria por ter um coração faminto e a dor de não ser percebida. À medida que eleva o vôo, experimenta a solidão. De manhã, pesca o peixe para lembrá-lo da sua finalidade e solta-o, em seguida, ao mar. Depois, ela vira rocha e enfeita a praia com a forma mais livre que sonha ser.  
#microcontoescambau

#concorrendo


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terça-feira, 17 de janeiro de 2017

MICROCONTOS - PALAVRAS DO DIA

Microcontos com os quais participo do grupo Escambanautas
Limite de 300 caracteres.
Palavbras escolhidas diariamente pelo organizador do grupo.



  


Palavra do dia 14/01/2017: LENHA

O Zé reclama ter que suportar, ao longo dos 25 anos de casados, a esposa Rosita. 
Ela, mulher dedicada e amante fervorosa, não faz outra coisa senão elogiar o Zé e seus atributos. 
Ao contrário, o Zé, na frente da esposa, mete-lhe a roseta; pelas costas, a lenha. 
Por isso ela sonha bodas de ouro.

Palavra do dia: LENHA

O fogão de barro, a lenha seca, a panela sobre a chapa com alimento para cozinhar. 
A velhinha esperava o companheiro chegar da roça, com o seu fogo, para o rústico equipamento funcionar. Naquela tarde ele não veio. Nem em outras.
 O alimento dela necrosou naquela panela velha que fazia comida boa.

#microcontoescambau
#concorrendo
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Palavra do dia 13/11/2017 : TRATOR

A sexta-feira 13 passou sobre a terra como um trator.
 Ela gostou. Após este feito, não houve dias mais propícios à fertilização quanto naquela data. 
A terra, sedenta de fortunas, clama por  sextas-feiras 13 que tracionem os dias comuns, abrindo-lhes clareiras, para que colham sorte em abundância.
#microcontoescambau
#concorrendo

Palavra do dia: TRATOR

O Trator casou-se com o Seu Tratar. Tratam-se bem.
Isso incomoda  algumas classes gramaticais. 
Insinuam indefinição de gênero de ambos.
Seu Tratar entrou em ação. Trepou em seu Trator e tratorou-as, 
Mostraram o que 2 classes diferentes, quando amam,
conseguem realizar juntas, tornando-se únicas.
#microcontoescambau
#concorrendo
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Palavra do dia 12/01/2017– ENCERRAMENTO

Homens leem aviso na porta de um salão de festa: 
 “Encerramento de atividades”. Motivo: Sífilis.
Dia seguinte, os festeiros dali se encontram em um consultório. 
Alegam, disfarçando, exame de próstata.
O estoque de penicilina esgotou na cidade e, agora, as igrejas vivem lotadas como nunca antes. 

#microcontoescambau
#concorrendo

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Palavra do dia 11/01/2017 – TRÓPICO

A Terra, lactante, cansada do peso dos peitos,
tirou as duas linhas imaginárias dos trópicos e as fez alças para o seu sutiã.  
Sua madrinha, a Via Láctea,  ajustou as linhas sobre os ombros da Terra
e ajudou-a com o fecho ecler. 
Um peito dela amamenta o norte; outro, o sul do Planeta. 

#microcontoescambau
#concorrendo.

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Palavra do dia 10/01/2017: DÚVIDA

Os ruídos, sob o domínio das noites, traziam  CPF, RG e DNA definidos. 
Não havia dúvida sobre o seu campo de origem.
 Estava indubitavelmente claro que os ruídos eram  resquícios dos gritos do silêncio 
a procura da sua identidade que migrou, duvidosa, 
para a zona da euforia num dia de incertezas.  
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Dúvida: - Certeza, você tem certeza das suas certezas?
Certeza: -  Claro, Dúvida. Tenho tantas certezas sobre minhas certezas que jamais duvidei da  existência da dúvida. 
Dúvida: - Certeza, alguma vez duvidou da certeza da dúvida?
Certeza: - se duvidasse, não conversaria com você neste instante.

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Palavra do dia 09/01/2017: ALMA

A alma, cansada, todas as noites, deixa o seu leito. 
Arrenda terra, lavra,  planta, roça, colhe, seca, torra, mói e côa o café.
De manhã, revigorada, ela o serve àquele seu corpo, para ele amanhecer  vivo e produtivo. 
As borras dos pós, ela joga na cova que espera a sua propriedade, diminuindo-a.

#microcontoescambau
#concorrendo

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Palavra do dia 08/01/2017  - CIRURGIÃO


Deu-se a cirurgião. Sobre o papel deitou a poesia. 

Sem anestésico, com lápis,abriu-a em lábios. 

Achou-lhe o útero. Viu-se feto. Pariu-se. Examinou o DNA. Constatou: era poeta.

Não a suturou e daqueles lábios, ajuda a escorrer as belezas

 que curam as dores da subjetividade humana, publicando-as.


#microcontoescambau

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MICROCONTOS - PALAVRAS DO DIA

 Microcontos com os quais participo do grupo Escambanautas.
Limite de 300 caracteres. 
As palavras são escolhidas diariamente pelo organizador do grupo.




Palavra do dia 02/01/2017: DROGA

Achava-se um nada: uma droga ambulante. Correto!
Num grau extremo de loucura, virou-se pelo avesso.
Experimentou-se contraditório.  Libertino, libertou-se.
Alucinado, viciou-se em si mesmo.
Hoje, baseado na vida a que aspira, injeta-se por inteiro.
Tornou-se a sua substância necessária.
#microcontoescambau
  

Palavra do dia 03/01/2017: VESTIDO

Vestia indumentária completa de cidadão, mais  toga,  leis  e   juízo.
Pesavam-lhe as cobranças de justiça  transparente.
Às escuras, juraram-no: seria sacrificado.
Impossibilitado de corresponder às expectativas, se rebelou.
Vestido com a própria nudez, corre pelas ruas alegando legítima defesa.
#microcontoescambau


Palavra do dia 04/01/2017- MESQUITA

Andaluís Mesquita Cruz irrita-se com o Mesquita em seu registro.
 Não há esse sobrenome em sua árvore genealógica.
Sua mãe, viúva e rica, diz que é nome composto. 
Detesta a amizade que ela traz da infância com o Luís, o coxo , 
dono da seguradora, que assina Mesquita no sobrenome.
#microcontoescambau


Palavra do dia 05/01/2017:  RECEPÇÃO

Na recepção do asilo o aviso: Piso molhado.
O velho de óculos escuros, cego de nascença e de raiva, caído, ativou  o seu fuzil. 
Abriu fogo contra os  incoerentes. 
Não sobrou quem contasse  o disfarce que trazia na  super bengala. 
A recepção nas funerárias foi concorrida. No céu e no inferno  idem.
#microcontoescambau #concorrendo


Palavra do dia  06/01/2017– SURDO

O avô ficou surdo. Para não isolá-lo, familiares falavam alto com ele. 
O vizinho que não ouvia bem  denunciou-os às autoridades. 
Alertada a não violar o estatuto do idoso, a família fingiu-se de surda
e a justiça mandou o avô para um abrigo. 
Lá, isolado, aumenta a estatística de idoso abandonado.
#microcontoescambau
#concorrendo


Palavra do dia 07/01/2016 – TREVO

O sujeito era  tão  tergiversável  que  plantava trevos para lhe trazer sorte e colhia ferraduras.
Cara feliz!
A sorte caiu-lhe nas mãos: entrou para a política e ficou rico,
vendendo aos  seus eleitores os produtos da sua colheita.

#microcontosescambau
#concorrendo



domingo, 1 de janeiro de 2017

2017, Ano do Galo de Fogo


2017, ANO DO GALO DE FOGO – Rita de Cássia Zuim Lavoyer 

Poetiza  João Cabral de Melo Neto que um galo sozinho não tece a manhã: ele precisará sempre de outros galos; e o Horóscopo Chinês  mostra que 2017  será o ano do Galo de Fogo. Vai vendo...
João Cabral - guiado pela lógica e raciocínio -,  caracterizou-se pela busca da construção consciente do verso.  Se neste contexto o objeto é o “galo” , pela lógica, é conveniente, para este 2017, que  o homem preserve as galinhas, elas são especiais.

Galinha bota ovos, dos ovos nascem os pintinhos. Logo sem ovos não há galo. E aí, vai comer galinhas e prejudicar  o seu 2017, promovendo o desaparecimento do bicho do ano?

Diz o horóscopo que  2017 será cheio de ações inovadoras. Mas se você não agir nada se inovará.    Já não basta o tanto que nos surraram  em 2016, encheram nossos  cocurutos de galos, vai mesmo se ‘desaventurar’  na mesmice de ser objeto de rinha de cristas vermelhas e penas azuis num terreiro verde e amarelo?  Vai deixar o Galo do ano queimando de raiva e suas penas é que sairão estorricadas. Briga de galo, além de crime , é burrice e não importa, na rinha, se o galo morrer. O importante é o galista e o apostador  saírem cheios de dinheiro. E essa diversão criminosa tem dado  certo nesta terra dos Índios que teciam aqui suas manhãs, e sem tecidos que cobrissem suas  inocências assustaram-se diante das galinhas trazidas nas embarcações do Cabral – o que veio para destecer a tela tênue dos Tupis.

Há brasileiro tucado - morrendo na rinha – e, embora sem canto,  continua defendendo a escória  governista que, sem  pena, o incita às lutas sujas e destrutivas e submete-se, ainda, a cobaia para os seus “ídolos políticos” testarem seus esporões. Esse tipo de brasileiro é o ‘ovo de ouro’ que mantém a súcia no poder do galinheiro.

Galo é um bicho nada estético, desengonçado, impulsivo, pescoçudo, sem ombro e tem carne dura. Mas tem quem o deseja, principalmente se  acordar cantando nas madrugadas, na rua, na chuva, na fazenda, ou numa casinha de sapê.  Ano do Galo  também  promete fertilidade, abundância.

 Diz que a energia positiva do “Galo de Fogo” será dominante. Dependendo da potência do seu canto: vibrante. Seja galante.  Compartilhe isso com quem você ama e deixe o Galo entrar na sua vida por completo,  mas não se esqueça de pôr os pés no chão, de preferência na terra, vai que dá um curto circuito na energia do galo e mela seu ano... Depois não adianta clamar aos céus  para aplacar as consequências da sua decisão.  Nesse caso não cabem metáforas e nem adianta cantar de galo, porque o nível de tolerância do seu semelhante  pode  levá-lo direto para panela,  e o seu galo quebrará a sequência dos cantos e não tecerá a manhã com  o outro e o outro...


Busquemos construir 2017 de forma consciente, que seus versos não desmoronem e que toda poesia contida nele entrelace suas simbologias às lógicas e raciocínios  que   edificam e concretizam um mundo melhor, onde todos queiram  tecer, do nascer ao pôr do sol,  uma tela livre de armação em que  toda a Criação Divina possa circular livremente.  Desejo que a Poesia - seja o seu “ Fio do Ovo de Ouro” neste ano que precisa muito da nossa união para ser tecido a contento da Paz.    Feliz Poesia a todos!