CLASSIFICAÇÕES EM CONCURSOS LITERÁRIOS

PREMIAÇÕES LITERÁRIAS

2007 - 1ª colocada no Concurso de poesia "Osmair Zanardi", promovido pela Academia Araçatubense de Letras, com a poesia O FILME;

2010 - Menção Honrosa no Concurso Nacional de Contos Cidade de Araçatuba, com o conto A CARTA;

2012 - 2ª classificada no Concurso Internacional de Contos Cidade de Araçatuba, com o conto O BEIJO DA SERPENTE;

2012 - 7ª colocado no concurso de blogs promovido pela Cia dos Blogueiros - Araçatuba-SP;

2014 - tEXTO selecionado pela UBE para ser publicado no Jornal O Escritor- edição 136 - 08/2014- A FLOR DE BRONZE //; 2014 – Menção honrosa Concurso Internacional de Contos Cidade de Araçatuba, com o conto LEITE QUENTE COM AÇÚCAR;

2015 – Menção honrosa no V Concurso Nacional de Contos cidade de Lins, com o conto MARCAS INDELÉVEIS;

2015 - PRIMEIRA CLASSIFICADA no 26º Concurso Nacional de Contos Paulo Leminski, Toledo-PR, com o conto SOB A TERRA SECA DOS TEUS OLHOS;

2015 - Recebeu voto de aplausos pela Câmara Municipal de Araçatuba;

2016 – 2ª classificada no Concurso Nacional de contos Cidade de Araçatuba com o conto A ANTAGONISTA DO SUJEITO INDETERMINADO;

2016 - classificada no X CLIPP - concurso literário de Presidente Prudente Ruth Campos, categoria poesia, com o poema AS TUAS MÃOS.

2016 - 3ª classificada na AFEMIL- Concurso Nacional de crônicas da Academia Feminina Mineira de Letras, com a crônica PLANETA MULHER;

2012 - Recebeu o troféu Odete Costa na categoria Literatura

2017 - Recebeu o troféu Odete Costa na categoria Literatura

2017 - 13ª classificada no TOP 35, na 4ª semana de abril de microconto Escambau;

2017 - Classificada no 7º Concurso de microconto de humor de Piracicaba.

2017 - 24ª classificada no TOP 35, na 2ª semana de outubro de microconto Escambau;

2017 - 15ª classificada no TOP 35, na 3ª semana de outubro de microconto Escambau;

2017 - 1ª classificada no concurso de Poesia "Osmair Zanardi", promovido pela Academia Araçatubense de Letras, com a poesia PERMITA-SE;

2017 - 11ª classificada no TOP 35, na 4ª semana de outubro de microconto Escambau;

2018 - 24ª classificada no TOP 35, na 3ª semana de janeiro de microconto Escambau;

2018 - Menção honrosa na 4ª edição da Revista Inversos, maio/ com o tema Crianças da África - Poesia classificada BORBOLETAS AFRICANAS ;

2018 - 31ª classificada no TOP 35, na 4ª semana de janeiro de microconto Escambau;

2018 - 32ª classificada no TOP 35, na 4ª semana de janeiro de microconto Escambau;

2018 - 5ª classificada no TOP 7, na 1ª semana de junho de microconto Escambau;

2018 - 32ª classificada no TOP 35, na 3ª semana - VII de junho de microconto Escambau;

2019 - Classificada para antologia de suspense -segundo semestre - da Editora Jogo de Palavras, com o texto OLHO PARA O GATO ;

2019 - Menção honrosa no 32º Concurso de Contos Cidade de Araçatuba-SP, com o conto REFLEXOS DO SILÊNCIO;

2020 - 29ª classificada no TOP 35, na 4ª semana - VIII de Prêmio Microconto Escambau;

2020 - Menção honrosa no 1º Concurso Internacional de Literatura Infantil da Revista Inversos, com o poema sobre bullying: SUPERE-SE;

2020 - Classificada no Concurso de Poesias Revista Tremembé, com o poema: QUANDO A SENHORA VELHICE VIER ME VISITAR;

2020 - 3ª Classificada no III Concurso de Contos de Lins-SP, com o conto DIÁLOGO ENTRE DUAS RAZÕES;

2020 - 2ª Classificada no Concurso de crônicas da Academia Mogicruzense de História Artes e Letras (AMHAL), com a crônica COZINHA DE MEMÓRIA

CLASSIFICAÇÕES EM CONCURSOS

  • 2021 - Selecionada para a 6ª edição da revista SerEsta - A VIDA E OBRA DE MANUEL BANDEIRA , com o texto INILUDÍVEL ;
  • 2021 Selecionada para a 7ª edição da revista SerEsta - A VIDA E A OBRA DE CECÍLIA MEIRELES com o texto MEU ROSTO, MINHA CARA;
  • 2021 - Classificada no 56º FEMUP - com a poesia PREPARO A POESIA;
  • 2021 - Classificada na 7ª ed. da Revista Ecos da Palavra, com o poema CUEIROS ;
  • 2021 - Classificada na 8ª ed. da Revista Ecos da palavra, cujo tema foi "O tempo e a saudade são na verdade um relógio". Poema classificado LIBERTE O TEMPO;
  • 2022 - Classificada no 1º Concurso Nacional de Marchinhas de Carnaval de Araçatuba, com as Marchinhas EU LEIO e PÉ DE PITOMBA;
  • 2022 - Menção honrosa na 8ª edição da Revista SerEsta, a vida e obra de Carlos Drummond de Andrade , com o texto DIABO DE SETE FACES;
  • 2022 - Classificada na 10ª ed. Revista Ecos da Palavra, tema mulher e mãe, com o texto PLANETA MULHER;
  • 2022 - Classificada na 20ª ed. Revista Inversos, tema: A situação do afrodescendente no Brasil, com o texto PARA PAGAR O QUE NÃO DEVO;
  • 2022 - Classificada na 12ª ed. Revista Ecos da Palavra, tema Café, com o poema O TORRADOR DE CAFÉ;
  • 2022 - selecionada para 1ª antologia de Prosa Poética, pela Editora Persona, com o texto A FLOR DE BRONZE;
  • 2022 - Selecionada para 13ª edição da Revista Ecos da Palavra, tema MAR, com o poema MAR EM BRAILLE;
  • 2022 - Classificada para 2ª edição da Revista Mar de Lá, com o tema Mar, com o poema MAR EM BRAILLE;
  • 2022 - Classificada para 3ª Ed. da Revista Mar de Lá com o microconto UM HOMEM BEM RESOLVIDO;
  • 2022- Classificada com menção honrosa no 34º Concurso Nacional de Contos Cidade de Araçatuba, com o conto O CORTEJO DA MARIA ROSA;
  • 2022- Classificada pela Editora Persona com o conto policial QUEM É A LETRA L;
  • 2022 - Classificada no Concurso da E-33 Editora, Série Verso e Prosa, Vol.2 Tema Vozes da Esperança, com o poema POR ONDE ANDAS, ESPERANÇA? ;
  • 2023 - Classificada na 15ª edição da Revista Literária ECOS da Palavra, com o poema VENTO;
  • 2023 - Classificada para coletânea de poetas brasileiros pela Editora Persona, com o poema CUEIROS;
  • 2023- Selecionada na 23ª ed. da revista Literária Inversos com tema "Valores Femininos e a relevância do empoderamento e do respeito da mulher na sociedade contemporânea", com o poema ISSO É MULHER;
  • 2023 - Classificada no Concurso de Contos de Humor, Editora Persona, com o conto O PÃO QUE O QUINZIM AMASSOU;
  • 2023 - Classificada no Concurso de Poesias Metafísica do Eu, Editora Persona, com o poema QUERO OLHOS ;
  • 2023 - Selecionada pra a 11ª Edição da Revista SerEsta, A vida e obra de Paulo Leminsk, com o poema EL BIGODON DE CURITIBA ;
  • 2023 - Classificada no 1º concurso de poesia do Jornal Maria Quitéria- BA, com o tema " Mãe, um verso de amor", com o poema UM MINUTO DE SILÊNCIO À ESSAS MULHERES MÃES;
  • 2023 - Selecionada para Antologia literária - Série Verso e Prosa. Vol. 4, tema Vozes da Solidão, editora E-33, com a crônica A MÃE;
  • 2023 - Selecionada para a 9ª ed. da Revista Mar de Lá, como poema O POETA E A AGULHA;
  • 2023 - Classificada no concurso de Prosa Poética , Editora Persona, com o texto QUERO DANÇAR UMA MÚSICA CONTIGO;
  • 2023 - Selecionada para Antologia literária - Série Verso e Prosa. Vol.5, tema Vozes do Sertão, editora E-33, com o poema IMAGEM DE OUTRORA;
  • 2023 - Selecionada para Antologia literária - Série Verso e Prosa. Vol.6, tema FÉ, Editora E-33, com o poema OUSADIA POÉTICA;
  • 2023 - CLASSIFICADA para a Antologia Embalos Literários, Editora Persona, com o conto SEM AVISAR;
  • 2023 - Classificada na 18ª edição da Revista Literária ECOS da Palavra, com o poema FLORES, com o poema O PODER DA ROSINHA;
  • 2023 - Selecionada para Antologia literária - Série Verso e Prosa. Vol.7, tema AMIZADE, Editora E-33, com o poema AMIZADE SINCERA;
  • 2023 - Classificada em 8ª posição no Prêmio Castro Alves, na 33ª ed. Concurso de Poesia com temática Espírita, com o poema SOLIDARIEDADE;
  • 2023 - Selecionada para Antologia literária - Série Verso e Prosa. Vol.8, Vozes da Liberdade, tema , Editora E-33, com o poema REVOADA;
  • 2023 - Classificada para a Antologia Desejos profundos - coletânea de textos eróticos , Editora Persona, com o poema AGASALHA-ME;
  • 2023 - Classificada para antologia Roteiros Adaptados 2023 - coletânea de textos baseados em filmes, Editora Persona, com o texto BARBIE, UMA BONECA UTILITÁRIA;
  • 2023 - PRIMEIRO LUGAR no Concurso , edital 003/2023 - Literatura - seleção de projetos inéditos, promovido pela Secretaria Municipal de Cultura de Araçatuba, com o livro infantojuvenil DENGOSO, O MOSQUITINHO ANTI-HERÓI;
  • 2024 - Selecionada para compor a Coletânea Cronistas Contemporâneo, pela Editora Persona, com o texto A CONSTRUÇÃO DE UMA PERSONAGEM;
  • 2024 - Classificada para 19ª edição da Revista Literária Ecos da Palavra, com o poema A PASSARINHA;
  • 2024 - Classificada para a 13ª edição da Revista Mar de Lá, com o poema O TORRADOR DE CAFÉ;
  • 2024 - Selecionada para compor a Coletânea "Um samba no pé, uma caneta na mão", tema carnaval, pela Editora Persona, com o poema DEIXA A VIDA TE LEVAR;

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

2015 é amanhã

 Rita Lavoyer

Legal que o número sempre muda. Tomara que em 2015 muitas outras coisas se renovem, que o bem permaneça entre todos: inclusive o Papa Francisco.

Que o continuísmo continue no fluxo da água do rio. Que o rio ria como eu rio dele quando toca meus pés. Que meus pés parem de querer parar. Que em cada parada o tempo passe deixando seu rastro sutil.


Que profecias sejam escritas nos muros em braile, sânscrito, mandarim mandando-nos avisar ao mundo sobre o dia em que Plutão – o anão -  tornou-se personagem de Histórias em Quadrinhos  revelando sobre o que ele quer ser quando crescer.

 Que arrisquemo-nos , em 2015, agarrar-nos à rabiola de  uma espaçonave e pousar no alto de uma catedral para descobrir por quem os sinos dobram.
Que não nos faltem os cabelos para fazermos um belo rabo e que não faltem rabos aos animais que precisam espantar moscas.

Tomara que não nos falte, em 2015, uma  faca  de boa lâmina para cortarmos  nosso filés, nossos abacaxis,  nossas ignorâncias, nossos vazios ao meio multiplicando-os para encherem  suas próprias partes.

Tomara que os dentes continuem  nas bocas e que nenhuma dentadura careie, que nenhum canal dê acesso à malandragem do dente-por-dente,  olho-por-olho, e que os empregados não conheçam o olho da rua e que nenhuma rua tenha buracos onde possam se esconder os dentes, os olhos, o dono inteiro do corpo celeste que ofusca o céu da boca da comunicação.

Que o pobre do Coiote consiga pegar o Papa-Léguas e que as torradas com geleia , se caírem, caiam com o doce pra cima. Que os homens-bomba sejam de creme com baunilha, que as balas sejam de caramelo e que os números que eu arrisquei na Mega-Sena  coincidam  com o sorteio  do dia 31/12.

Oxalá,  em 2015, os que partirem, deixando-nos  tristes, saibam  que  foram amados. Que os que virão em 2015 saibam que serão bem vindos, porque já  são amados;  que nas estações do ano nossos  trens parem e lotem  nossos vagões  com as partes que nos faltam para nos completarmos.

Em 2015 farei de mim eu mesma. Não espero nada de 2015. Sei que ele espera de mim. É ele que depende de mim, de nós.

Estou apenas pernoitando. Hoje é 2014, 2015 é amanhã. Como amanhã é sempre amanhã e amanhã eu sei que tenho muito  a fazer, a começar  e recomeçar e terminar, no início, no fim e no meio. Que eu encontre um meio de amar cada vez mais sem depender de amor. Que os meus sentimentos  sejam bem trabalhados e deles eu aprenda a crescer para amanhã ser um dia – não mais um dia como outro qualquer , um dia atrás do outro – não!
Amanhã será o meu dia.

Que amanhã seja o seu dia também.

Até amanhã!
Felicidades e um grande abraço
Rita de Cássia Zuim Lavoyer






terça-feira, 16 de dezembro de 2014

TENHO MEDO


TENHO MEDO  - RITA  LAVOYER
 

 Tenho medo, meu amor,

Que nos falte a vida

E que a falta venha separar

Duas almas tão queridas. 


Tenho medo, meu amor,

De não ter, juntas,  minha  boca e a tua.

E da coragem que insiste

Querer levar-me  do teu céu à lua.

 
Tenho medo, meu amor,

Da presença desta ausência que insiste

Em rondar o teu semblante.

Tenho medo, meu amor! Tenho medo!

Que não me queiras amanhã por tua amante.
 

Tenho medo, meu amor,

De não passar contigo uma noite que nos caiba,

Desvendar os mistérios da madrugada

No orvalho do nosso calafrio.

E no cio que alimenta nossas almas desgarradas

agarrar-nos à estação  do nosso estio.
 
 Tenho medo, meu amor,

De ficar contido o teu sexo

Sem em mim desfrutar  a tua práxis,

Deixando-me um futuro estase.

 
Tenho medo, meu amor,

De não dançar  contigo uma música inteira.

Que não seja de verdade, posto que

Na orquestra, eu bailarina, tua brincadeira.

 
Tenho medo, meu amor,

Do por que do azul do céu.

Se de dia é claro, escurece a noite,

Olhar do lado e descobrir: foste.


Tenho medo,  meu amor,

De não assistir do tempo a metamorfose.

Vivamos no agora a nossa essência

Para partirmos juntos na nossa overdose. 
 
Rita de Cássia Zuim Lavoyer

QUANDO EU SENTIR

Rita Lavoyer
Quando eu sentir
Quando eu sentir que quero pecar,
Permita-me que eu peque.
Quando eu sentir que preciso adormecer,
Permita-me que eu adormeça.
Quando eu pressentir que  preciso sonhar,
Permita-me que eu sonhe.
Quando eu precisar entrar em delírio,
Permita-me que eu delire.
Quando eu  precisar acelerar o esquecimento.
Permita-me que eu esqueça.
Quando eu  quiser apagar o que restou na minha memória,
Permita-me que eu apague.
Quando eu estiver vazia,
Completamente cheia de nada,
Absolutamente nada.
Permita-se adentrar-me
E plantar-se em espaço vago.
Em mim adormeça, sonhe, delire
E conserve o que puder recordar de mim.
Quando sair, saia,
Levando-me toda  consigo,
Para recordar-se
Para onde pode retornar
Quando eu sentir que quero pecar.
Rita Lavoyer
 

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Sou a noite, pessoa!


SOU A NOITE,PESSOA!

 

RITA LAVOYER

 
Sou a tua noite, vem que eu te embalo.

Traze no teu ser o cansaço

 E em mim podes colocá-lo.

Dá a esta noite o prazer

De ser do teu céu o paço.

 
Com os teus pés fora da rota,

Pisa-me a imensa raiz

Cálida. Denota teus passos e bota

Semblante em minha cariz.

  

Depois que fizeres de mim concretude

Avantaja-te com qualquer libação.

Toca-me o ventre com instrumento sagrado

E tira do som o teu vinho e o teu pão.

 

A canção dos alimentos que queres

Encontrarás bem dentro de mim.

Sou dos arvoredos sementes,

Uivando vontades crescentes,

Confinadas em meu camarim.

 

Autorizado estás

 Para das flores tirares fragrância.

Para tal precisam do orvalho

Que brota da tua inocência.

À vaga dá luz com teu lume

E faça o dia de mim descendência.

 

Terminado o teu sono, e tua alma

Novamente encontrar-se contigo,

Descansados estarão os teus passos

Por teres me dado sentido.

 
Por ti exerci tal função

Fui noite porque assim me quiseste.

Adentro da visão caminhaste

Fazendo-me dos teus sonhos vedete. 
 
do livro Partida,2012.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

ELE FOI FEITO PRA ELA


 

Ele foi feito pra ela

Durante muito tempo ela o desejou com muita força. Ele era tudo o que ela queria em uma época. Ele estava encostado quando ela o viu, valorizando-o. Tirou-o do “armário”.  Seu corpo começou a querê-lo também.  Ela o cobiçava, ela o comia com os olhos sentindo cada toque dele em sua pele. O seu desejo tornou-se  obsessão. Criou coragem, foi atrás. Ela o tocou  e conversou com ele em segredo. A partir daquele dia tornou-se  o seu confidente.

- Nossa, que absurdo isso!  - ela pensava.

Ele era um pouco maior que ela, tamanho ideal, ideal para que o seu corpo se encaixasse nele.  Perdia o sono imaginando-se com ele, deitando-se com ele, acordando com ele, saindo, passeando com ele, mas ainda não  tinham  se experimentado.

Desejava aparecer com ele em público para que  deixasse de ser um segredo, um desejo apenas. Ela o queria elogiado, porque o  que sentia por ele era imenso. Com ele, estaria linda, extremamente bela. Sentia desde o primeiro momento que ele foi feito pra ela.  Tinha certeza de que não havia mais nenhuma mulher para ele, ainda que outras o experimentassem, ele era dela.  Ela era a única! Convencera-se disso imaginando-o quando os seus traçados foram esquematizados.  Não querendo ser poética, mas apelando: suas  histórias estavam alinhavadas desde quando a linha conheceu a agulha – ela escreveu.

Foi quando entendeu o que significava amor platônico, mas o queria apolíneo. Já não aguentava mais e começou a entender que ele também a desejava, pois trazia a imagem dele impregnada em seus pensamentos. Desejaram-se. Ela foi atrás dele novamente. Ele ainda estava no “armário”, começou  a desconfiar afinal, era belo demais para estar largado.

Não dava mais, ela o abraçou.  Seus braços o trouxeram para  perto do seu peito. O lugar era apenas para os dois.  Havia espelho, despiu-se enquanto ele a aguardava. Ela o trouxe novamente para perto dela. O arrepio revelou-a desesperada por tê-lo. Ela o queria ali, naquele momento, diante do espelho ela se viu inteirinha dentro dele. Deliciou-se  com aquela imagem que tanto cobiçou. Ela  estava, extremamente,  uma mulher linda.  Sentiu toda aquela  perfeição acariciando-lhe a pele. Delirou! Era tudo o que ela queria há tempos de desejos escondidos.  Ajustaram-se perfeitos e ela não queria  parar de experimentá-lo. Tudo nele era gostoso. Ela tinha certeza de que ele era dela. Tinha certeza: era dela! Os seus  joelhos...

Tudo tem um tempo, ali também não podiam se demorar. Ela colocou  a sua roupa, o seu corpo estava suado, dificultando o ajuste. Já estava com vontade de despir-se e tê-lo novamente.  

Saíram, ele nos braços dela. A alegria estampada no seu rosto revelava-a a todos que a viam – “estou feliz!”

Disse bem alto, para que todos não apenas a olhassem, mas também a ouvissem:

 Ele é meu!

 Ele já estava reservado. – ouviu, naquele momento, de uma pessoa qualquer.

 Não! Ele é meu, foi feito pra mim! – disse alterada.

  Senhora, perdoe-me, mas quando o tirou do armário,  já que não quis experimentá-lo na ocasião,  nós o desamarrotamos e o  colocamos na vitrine. Essa senhora passou e o viu,  gostou e o reservou.  Agora ela voltou para pegá-lo.  – foi o que outra vendedora lhe disse enquanto os seus olhos  de mocinha corriam a silhueta desengonçada daquela outra interessada.

  Vou levá-lo para minha neta. – ouviu de uma boca feia.

Esperou-a, talvez desistiria da compra, deixando-o para ela.  Viu os seus sonhos saírem embrulhados para presente. Seus olhos  seguiram  aquela avó pela calçada, enquanto a vendedora tentava lhe mostrar algo desinteressante.

Quando deu por si que aquele  embrulho fugiria dos seus olhos, correu e alcançou  aquela avó.

Na calçada uma velha agonizava, enquanto  uma moça desaparecia na multidão carregando seus desejos nas mãos.

 O meu vestido é lindo, deixa a vista  meus joelhos  -  sorri uma linda mulher  diante do espelho.

Autoria – Rita de Cássia Zuim Lavoyer

 

 

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Esse político não me representa

Esse tipo de pessoa é o próprio estupro.
Perdoe-me, mas ao deputado não cabe o título de FDP, em respeito às putas que são limpas e dignificam o seu ofício - de quem,
esse senhor, não alcança beijar-lhes os pés.
Se o deputado pretende criticar o governo, apontando-nos as falhas e apresentando alternativas coerentes que os faça com instruções, para que tenham créditos os seus argumentos.
Ninguém defende uma Nação violando direitos humanos.
 Esse político não me representa.
 

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

O Leão e o$ Rato$

Jornal Folha da Região, 08/12/20145

           


Na República do Ratil, Ratinhos babavam com a pescaria dos Ratões -   conhecedores  do ofício -  pois cresceram assistindo às ratanças dos pais e avós, os “Joões-Ratões”, que tinham i$cas mais gorda$, por isso pescavam Peixões e reinavam absolutos, enquanto Ratinhos jogavam a rede e...nada

Marquetaram. Lançaram Pti$co$ e com eles apeteceram os olhos dos peixinhos cansados de serem fritos. Avistando aquela jogada brilhante, intuíram que se pulassem nas redes alternativas  sairiam do fundo do nada em que se encontravam.   Logo os Ratões deram um jeito de tornar ilegal a rede, sob suspeita de puxarem gato.

            E foi e deu! A pescaria foi farta e os Ratinhos subiram a rampa
 da Queijolândia. Aos peixinhos coube-lhes ralar o queijo para abastecer
 as pi$$arias.   
  
    O Rato eleito - que se autodenominou Rei- deu para cada súdito  carta alcunhada “Rarta branca”, para  com ela agirem como bem entendessem, desde que alguém  não soubesse de nada.   Súditos, “sem querer querendo”, descobriram os buracos do queijo. Afoitos, consumiram as “Rartas” todinhas.  Pediam outras e o Rei lavava-lhes  as mãos, digo: as patinhas.

             Ratos também pensam: contrataram  um Leão, pela ferocidade,  para guarda do Rei e do cofre, cuja chave ficava junto com a caneta do líder do Ratil. O Rei precaveu-se e colocou à frente dele a Cobra Abafadora dos buracos.

         Nos dias de festas, o Rei-Rato reunia os Súditos, Joõezeiros e Buraqueiros  para degustarem pescados na ‘Mantega’,  afinal eles também são de redes e das redes. Nessas ocasiões  o Leão percebia que sua majestade trazia um rabo a mais entre as pernas. Num final de festa, o Leão avisou o Rei sobre que o via.  

            Eu não sei de nada e você não viu nada – repreendeu-lhe o Rei.

        Todos dos buraco$ souberam que o Leão de$cobrira. Foi Federal! Pensaram em trocá-lo por um Bode que “expia$$e” pior. Por e$tratégia, o Leão continuou na guarda real, afinal em terra de rei quem tem dois olhos é vesgo e vira fera, podendo matar.

            Numa reunião acalorada,  Rei-Rato agasalhava a Cobra em sua roupagem. Não aguentando se esconder,  fadigada, emergiu a cabeça para tomar-lhe a caneta e dar- lhe o bote. O Leão, num rompante, rasgou a roupa do Rei-Rato, arranhou-lhe um dedinho, mas o salvou antes que a rastejante o consumisse.

Rapinas da realeza  remessaram a rede sobre a fera. A Cobra recuou, rumou ao seu reduto. Nenhum Ramphasto* reapareceu para romper a rede que reteve o Leão.                    

A Cobra regozijou na sujeira dos buracos,  mas cuspiu todos os rabos  dos frequentadores por trazerem nós que não desatavam; enquanto isso, ratinhos inofensivos de laboratório reivindicavam nas ruas do Ratil, fazendo-se cobaias. Para evitar separatismo, a Abafadora distribuiu  “Rartas” de todas as cores e, por sua agressividade, o Leão pagou o pato.   

No “Dia da Graça Forte”, Peixinhos que se asfixiavam por justiça foram incitados. Diante deles o Leão, sem reação, virou réu.  O cardume, enrubescido,  ralhava:

- Viva o Rei! Enjaule o Leão! Lavem as mãos,  o Leão  será condenado! Ratearemos sua roupa e rifaremos sua juba. Sigam-nos, ceguem-no! No seu rabinho amarraremos o astro brilhante e  sonoro, para  lembrar-se, quando se mover,  de que,   publicamente, Rato não tem rabo, e que lealdade não tem o mesmo valor  que o pe$o  de  grupo unido que rala e nada!

 Por essa destreza todos  receberam  uma pi$$a de bilhões, que já pagaram e não comeram, mas babam esperando a próxima.

*Ramphasto: tucano


Rita de Cássia Zuim  Lavoyer