
“Pode-se julgar o grau de civilização de um povo segundo a situação social que nela usufrui a mulher.” Sarmiento. Argentina, 1872.
Dia 08 de março comemora-se o “Dia Internacional da Mulher”.
Dia 30 de abril, “Dia Nacional da Mulher”.
Sabemos que datas comemorativas, muitas vezes, são em homenagens aos que sofreram pagando com a própria vida. Mas não há mulheres, homens e crianças pagando com a própria vida todos os dias sem sequer saberem as causas de seus martírios? Homenagear o ser humano todos os dias não seria o mais correto? Será isso possível? Na falta de respostas vamos direto a alguns fatos.
Algumas ainda dizem:
_ Hoje não! Estou com dor de cabeça!
Os homens da idade da pedra, para conseguirem dominar as mulheres, que muitas vezes os rejeitavam, faziam uso de pedras ou qualquer objeto que lhes servissem de porrete. Acertavam a cabeça das vítimas até que elas desmaiassem e assim as possuíam. Primeira lei do homem: a força.
Quando uma ou outra sobrevivente recobrava-se do ataque urrava “hu!hu!hu!”
Como ainda não tinham conhecimento das palavras, o primata achava que aquela sua semelhante havia gostado da coisa e acertar a cabeça das presas dando lhes pancadas passou a ser rotina, e assim aconteciam os acasalamentos. Que pena a rotina ainda se repetir em alguns cantos tão próximos de nós.
Hoje, o correto é fazer uso de expressões que se enquadrem ao contexto nacional.
“Hoje não! Estou com dengue” ou “Meu judiciário está indecoroso!” Há tantos problemas, escolher um atualizado para você não se acasalar não será difícil.
Essas datas comemorativas precisam se aproximar mais de nós. Além dos dias “Internacional, Nacional da Mulher”, o correto é o
“Dia Municipal da Mulher”,
proponho até o dia : 02 de Fevereiro, véspera de São Brás, para que todos lembrem-se de que uma mulher nunca deverá ficar engasgada com suas vontades, e também aproveitar para tirar folga de tudo. Será o dia em que a população masculina trabalhará mais. Quer ver?
Nesta data a mulher vai dizer, dependendo da situação em que se encontra a cidade onde mora, se for araçatubense, por exemplo, dirá:
_ Hoje não! Estou com dor nos buracos.
Ai, ai, ai! Que barbaridade de metáfora!
Se isso pega, meu amigo, marido de verdade vai sair de pau nas mãos para acertar a cabeça daqueles que não tomam providencias para solucionar os problemas a que se propuseram resolver. Parece que já estou ouvindo vizinhos chiarem.
Está vendo o poder das mulheres? Lisístrata, de Aristófanes, pensava assim também. Achava que a mulher tinha o poder de acabar com a guerra. (O que proponho não é nenhuma guerra, por favor) É só colocá-lo em prática e mandar os homens trabalharem. Mexa com o brio deles para ver se as coisas não começam a funcionar. Está certo que uns e outros se voltarão contra essa idéia, afinal de contas cada um vê o buraco de acordo com o seu anglo, e algumas mulheres continuarão levando na cabeça por causa de homens mal resolvidos.
Vão me dizer que incito a violência?!
Verdade, isso não é nada civilizado. Mas que um dia Municipal da Mulher vai cair muito bem, ô como vai!
Infelizmente ainda há mulheres que continuam sendo objetos dos sagazes, pisoteadas em suas intimidades tendo os seus ideais castrados a olhos nus. Elas acabam, depois do holocausto, sendo artigos de pesquisas e números de estatísticas.
Que bom seria se fossemos mais civilizados e que datas especiais não precisassem ser criadas para chamar a atenção ou para homenagear pessoas que perderam suas vidas em situações desumanas, em especial crianças e mulheres. Mas... segundo a situação social da qual fazemos parte, as datas-homenagem ainda se fazem necessárias.
Não queria “uma data especial para mulheres”. Quero os meus dias a todo instante e a todas as mulheres na mesma proporção.
Parabéns por todos os instantes do seu dia, mulher, homem que se faz respeitar e a todas as crianças que tornam os momentos de mulheres e homens muito mais significativos.
Parabéns aos dias de ontem, de hoje e de amanhã que pertencem à mulher, porque neles “há o nós”, sem os quais não haveria razão alguma para o amanhecer e nada a comemorar e, obrigada Senhor pela força que nos dá, a todo instante, para vencermos as pedras dos nossos caminhos, edificando assim o nosso espírito para que, com ele fortalecido não fiquemos indiferentes diante de tantas injustiças cometidas contra todos nós, todos os dias.
Rita Lavoyer
3 comentários:
Lisístrata...que nome lindo e ainda esposa de Aristófone. Qual o nome do filho do casal ? Não ficaria surpreso se fosse Ventura...realmente, certas metáforas são de lascar.
Eu não me oponho que todos os dias sejam dedicados às mulheres. Com elas felizes, o mundo é mais mundo e vamos admitir é mais carinho, mais alegria no nosso jeito de viver...epa, já disseram isso.
O nome do filho de Aristó seria, certamente, Lisistrófone Brito. Uma coisa vc tem razão: O mundo é das mulheres...
"Hoje não..." Ri pra caramba!
Vc é ótima,
bjão
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